Academia de Amadores de Música
Historial da A.A.M. A Academia de Amadores de Música, anteriormente designada por Real Academia de Amadores de Música, foi criada em 1884 por várias individualidades lisboetas, entre os quais figuram os Senhores Visconde da Atouguia, Marquês de Borba, Joaquim Ricardo Ferreira, Augusto Gerschey, Henrique Sauvinet, Dr. João Gregório de Korth, Duque de Loulé e o Rei D. Luis I, seu primeiro Presidente Honorário da Mesa da Assembleia Geral de Sócios, todos com o propósito de difundir através de uma associação do género, o gosto pela arte dos sons e propocionar a todos os amantes da música um ponto de encontro, no seio do qual pudessem ouvir, aprender e fazer música.
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Um dos primeiros empreendimentos de vulto desta associação e que talvez tenha sido uma das causas mais fortes da sua constituição, foi a criação de uma orquestra sinfónica. Com esta orquestra colaboraram concertistas de vulto nomeadamente Viana da Mota, Guilhermina Suggia, Óscar Silva, entre outros.
Apesar de na segunda década deste século ter decaído um pouco do seu antigo brilho, a partir dos anos vinte, com o apoio do Senhor Marquês de Borba, sócio fundador, e mais tarde nomeado Presidente Prepétuo da Assembleia Geral de Sócios, alguns empreendimentos foram feitos para chamar de novo a Academia ao seu antigo papel na cultura portuguesa. É com este ressurgimento que a Escola de Música da Academia, sob a Direcção Artística do Padre Tomás Borba, conhece um desenvolvimento e uma estruturação que naturalmente a torna no pilar e no garante da continuidade da própria Instituição até aos dias de hoje. Em 1949 é criado um côro misto à frente do qual se acha o Maestro Fernando Lopes Graça que desde 1941 faz parte do Corpo Docente desta associação. Este mesmo côro, em 1950, integra o côro do Grupo Dramático Lisbonense, passa a designar-se por Côro da Academia de Amadores de Música - Secção de Folclore (esta especificação mais tarde desapareceu), e dedica-se, sob a actual regência de José Robert, à interpretação especializada e por isso inagualável, da genuína canção popular portuguesa, em versões corais de Fernando Lopes Graça, especialização essa que lhe tem permitido ter um nível de qualidade incomparável, e faz dele um ponto de referência imprescindivel na interpretação da obra deste compositor.
Em 1961 a Academia passou também a patrocionar a organização dos históricos concertos da Sonata, série regular de concertos que até 1961, desempenhou um papel importante no conhecimento da música e dos compositores contemporâneos, em Portugal.
Directamente ligadas a eminentes personalidades envolvidas na vida da Instituição, refira-se a publicação de algumas obras fundamentais no domínio da pedagogia e da investigação musical : o primeiro "Dicionário de Música" português (Ernesto Vieira) , o segundo "Dicionário de Música" português (Fernando Lopes Graça) , o primeiro "Método de Piano" (J. A. Vieira) , o primeiro "Método de Solfejo Entoado" (Padre Tomás Borba).
Após um período menos rico em manifestações artísticas devido principalmente ao estado de degradação das suas instalações, inclusivé do seu auditório, a "Sala Tomás Borba", a Academia dispõe a partir dos anos oitenta de umas instalações restauradas, com mais salas de aula e com maior segurança para o desenvolvimento das suas actrvidades artísticas e escolares. A escola de Música da Academia, tem actualmente um Corpo Docente e uma frequência estudantil superior à da maioria das instituições congéneres do País.
Refira-se ainda, que, pela sua actividade em prol da cultura portuguesa, a Academia foi reconhecida em 1980 pelo Governo Português como Instituição de Utilidade Pública e que por motivo da passagem do 1º Centenário da sua fundação, a Academia foi condecorada em 10 de Junho de 1984 pelo Presidente da República com a Ordem da Instituição Pública e, em 1 de Outubro de 1984, pelo Ministro da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural.