Património Material
Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe
Trata-se de um belo exemplar do Gótico na Vila Real do século XV. O responsável pela sua construção foi o Abade de Mouçós, D. Pedro de Castro. Existe uma ligação artística evidente com a igreja de São Domingos de Vila Real pelos seus traços simples e rudes.
Pela cronologia do templo trata-se de um edifício tardo-gótico, mas a sua aparência revela traços de românico tardio. As características nave única elevada e capela-mor rectangular rebaixada em relação à elevada nave, as frestas e paredes massivas, a ausência de decoração (apenas no portal principal, óculo e modilhões), identificam-se com o românico tardio típico do Centro e Norte do país. No entanto, o arco triunfal e o portal principal, em ogiva são evidências do gótico. Juntamente com a Igreja de São Domingos, esta Capela é um dos melhores exemplos artísticos do final da Idade Média no Norte do país.
Do início do século XVI, 1529, é o painel mural na capela-mor recentemente descoberto (1996). Neste painel vê-se a representação da Árvore de Jessé. Deste mesmo período será também a solução encontrada para o tecto em madeira e tipo mudéjar.
A classificação deste imóvel destaca as duas pedras tumulares no seu interior de Álvaro Lopes e de Senha de Martin Vaz Sampaio dos séculos XVI e XVII. São figuras relevantes na história local deste período.
Após a queda do tecto da sactristia em 1988 foram efectuadas obras de restauro em 1992 e 1996 para reforço estrutural e restauro do fresco e frontal do altar.
Em 2001, novo restauro de consolidação das nas pinturas.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. III, Lisboa, IPPAR, 1993.