Núcleo Arqueológico
Castro do Zambujal
Trata-se de um castro fortificado, que teve o seu apogeu durante o Calcolítico, com uma estrutura defensiva constituída por muralhas, torres e baluartes, que foi sendo alterada ao longo do tempo.
Do antigo povoado resta a penas a parte da fortificação do núcleo central que não foi destruída pelo tempo e pela construção de um casal agrícola moderno no local.
As várias campanhas de escavação efectuadas entre 1966 e 1973, dirigidas por E. Sangmeister e H. Shubart do Instituto Arqueológico Alemão revelaram a existência de sucessivas fases de construção e reconstrução que se prolongaram por todo o 3º milénio a.C..
Num primeiro momento foi construída uma estrutura central formada por grossas torres com cerca de 4 metros de altura e unidas por muralha; esta estrutura era ainda protegida por muralhas e torres erguidas por secções.
Depois de algumas reconstruções que alteraram a configuração das muralhas, foi edificada a barbacã. Num momento posterior os espaços da barbacã e das torres foi entulhado dando origem a construções maciças e muralha a toda a volta. Na passagem para a 2ª metade do 3º milénio a.C. houve nova reconfiguração das estruturas defensivas e o levantamento de novas torres ocas; é nesta fase que se dá a introdução da cerâmica campaniforme e, parece que, o apogeu das actividades metalúrgicas no povoado.
Nos finais do 3º milénio a.C. há indícios de destruição no povoado mas, tem sido atribuída a causas meramente naturais.
O povoado volta a ressurgir já na Idade do Bronze, com uma área fortificada bastante mais pequena. Os vestígios de habitações encontrados mostram-nos casas de planta oval, com cerca de 6 metros de diâmetro, base em pedra e paredes e tectos feitos com barro e ramagens.
Entre 1966 e 1973 os trabalhos foram dirigidos pelo Instituto Arqueológico Alemão. Alguns sectores das muralhas, designadamente na barbacã, na delimitação da parte reconstituída, utilizou-se pedra de outro tipo e cor, afim de ficar evidente a parte recuperada pelos trabalhos arqueológicos.
Em 1994 efectuou-se a limpeza de pedras e estruturas postas a descoberto em anteriores escavações pela Câmara Municipal de Torres Vedras.
KUNST, Michael, Zambujal : gloekenbecher und kerbblattverziet keramik aus den grabugen 1964 bis 1973, Mainz, 1987.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, IPPAR, Lisboa, 1993.
SANGMEISTER, Edward; SCHUBART, Hermanfrid, Zambujal : die Grabugen 1964 bis 1973. - Mainz: Verlag Philipp von Zabern, 1981. - (Madrider Beitrage ; 5) .
SANGMEISTER, Edward; SCHUBART, Hermanfrid ; TRINDADE, Leonel, Escavações no castro eneolítico do Zambujal (Torres Vedras Portugal): 1964. - Torres Vedras: Câmara Municipal, 1966.
Idem, «Escavações no castro eneolítico do Zambujal». - Lisboa: [s.n.], 1969. - Sep. Arqueólogo português, série III, 3.
Idem, «Escavações na fortificação eneolítica do Zambujal 1968». - Lisboa: [s.n.], 1970. - Sep. O Arqueólogo Português, série III, 4.
Idem, «Escavação na fortificação da Idade do Cobre do Zambujal». - Lisboa: [s.n.], 1971. - Sep. O Arqueólogo Português, série III, 5.