Núcleo Arqueológico
Anta Grande do Zambujeiro de Valverde
Trata-se da maior anta conhecida na Península Ibérica, com 6 m de altura e câmara poligonal com corredor longo, o qual abre em átrio para o exterior.
Encontra-se envolvida por uma mamoa gigantesca, com mais de 50 m de diâmetro, a qual forneceu uma grande quantidade de espólio arqueológico. Entre o vasto espólio recolhido durante escavações salientam-se vasos de cerâmica, contas e adornos de resina e "pedras verdes", lâminas e pontas de setas em sílex e cristal de rocha, instrumentos de cobre e ídolos-placa de xisto gravados, peças guardadas no Museu de Évora.
Este templo funerário funcionou como local de cemitério e de culto, sendo acentuado pela estela-menir de grandes proporções, coberta de pequenas covas, a qual se encontra tombada a Sudeste.
É a maior construção megalítica do seu género na Europa e quando foi descoberta afloravam as extremidades superiores dos esteios da câmara com cerca de 6 m de altura e muitas toneladas de peso. O seu "chapéu", de dimensões gigantescas, fracturado e agora removido, encontra-se no lado Poente da mamoa. Esta foi em grande parte escavada nos anos 60, com uma técnica ultrapassada e não aceitável. Foi dissecada a estrutura do monumento e desnudado o seu esqueleto pétreo, tendo-se instalado uma cobertura provisória do conjunto.
Têm sido efectuados estudos de arqueologia e pesquisas laboratoriais sobre a degradação e tratamento do granito visando, simultaneamente, a documentação, a conservação e o futuro restauro do monumento.
SILVA, António Carlos (coord.), Roteiro do Megalitismo de Évora, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1992.