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Museus, Bibliotecas e Arquivos

Museu Nacional do Traje

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Museus, Bibliotecas e Arquivos
Proprietário/Instituições responsáveis
Direção-Geral do Património Cultural
Equipa Técnica
Diretor: José Carlos Alvarez
Descrição


O Museu Nacional do Traje, criado em 1976 por 
diploma, reúne uma coleção de indumentária histórica e acessórios de traje, desde o séc. XVIII à atualidade, que apresenta ao público quer na sua exposição permanente quer em exposições temporárias. Está instalado no Palácio Angeja-Palmela e tem anexo o Parque Botânico do Monteiro-mor. 

Entende como sendo sua missão construir uma estratégia de investigação, conservação e divulgação do traje e do têxtil. Define ainda uma estratégia de salvaguarda para o Parque Botânico do Monteiro-Mor e promove a ligação de todo este património à comunidade.

Conservar Verde é o conceito que integra os valores de responsabilidade e de sustentabilidade. Integra ainda a gestão do património cultural e natural à guarda do Museu Nacional do Traje. 


O Museu e a sua casa

O Museu Nacional do Traje está instalado no Palácio Angeja-Palmela, assim denominado por ter sido sucessivamente propriedade destas duas famílias.  Deve a sua traça atual ao 3º Marquês de Angeja, que aqui projetou instalar as suas coleções de história natural, complementadas com um jardim botânico. O projeto de remodelação da mansão já existente é parcialmente realizado, mas o de instalação de um museu de história natural não se concretiza, embora tenha deixado alguns vestígios arquitetónicos - o edifício que atualmente serve de restaurante e a estufa.

Adquirido pela Família Palmela no segundo quartel do séc. XIX, continua a servir de residência secundária e foi objeto de campanhas de requalificação dos interiores, das quais se salienta a desenvolvida por Pereira Cão, Rambotti e Cinatti, que intervieram na decoração parietal do andar nobre. Assumindo-se inicialmente como uma residência de Verão, de 1952 a 1955 foi residência do Coronel Lawrence Vincent More Cosgrove, Encarregado de Negócios do Canadá em Portugal nesse período. Foi também ele que, a 2 de Setembro de 1945 e em representação do Canadá, assinou a Ata de Rendição do Japão, a bordo do USS Missouri. Foi, depois, residência dos proprietários.

Desde 1973 que se admitia a criação do Museu Nacional do Traje e se trabalhava no sentido de encontrar instalações próprias. Iniciaram-se nessa altura as negociações para aquisição do Palácio Angeja-Palmela, já desocupado pela família proprietária. Esta, temendo as ocupações que aconteceram após o 25 de Abril de 1974, propôs que o futuro Museu começasse de imediato a ser instalado no Palácio, o que veio a acontecer em Maio de 1974, tendo gerado um interessante episódio com os ocupantes de uma propriedade vizinha. Leia aqui

Em 1975, o Estado Português adquire um conjunto de imóveis designado por Quinta do Monteiro-Mor para instalação do Museu Nacional do Traje. 

 

O Museu e as suas coleções

O Museu Nacional do Traje reúne coleções de traje civil, nacional e internacional e respetivos acessórios, fragmentos de tecidos e peças de bragal, materiais e equipamento que testemunham os processos de produção do têxtil, do traje e acessórios. O seu acervo conta ainda com coleções de bonecas e respetivos trajes, pintura e mobiliário, entre outras. 

Em fevereiro de 1974, com o sucesso da exposição O Trajo Civil em Portugal, equacionando a questão da criação de um museu do traje e contextualizando os estudos especializados à época, estava superado “o teste à capacidade de resposta de eventuais doadores privados” com absoluto sucesso. 

Na história dos primeiros tempos que Natália Correia Guedes recorda e nos registos do Museu Nacional do Traje datam de 1974 as primeiras ofertas de peças, todas elas de particulares. A coleção pública que integrou o acervo veio do Museu Nacional dos Coches, onde se tinha vindo a reunir desde 1904 uma importante coleção de trajes provenientes da Casa Real, enriquecida por uma longa política de aquisição e de doações. 
Em 1976, as doações atingiam o impressionante número de 5.000 peças, contra 507 peças adquiridas e apenas 304 peças incorporadas por transferência e provenientes de outros museus do Estado. 

Atualmente pode-se afirmar que mais de 90% do acervo do museu – cerca de 38 000 peças – do museu provém de doações. 

As variadas coleções em que se organiza este vasto acervo representam essencialmente o traje civil e respetivos acessórios, do século XVIII à atualidade, documentando a evolução das formas de vestir neste período de tempo, e representando sobretudo o modo de vestir da aristocracia e alta ou média burguesia. 

O traje popular, quase ausente das coleções aquando da criação do Museu, não sofre grandes variações de moda e é transformado, adaptado e usado até ao fio, não se conhecendo exemplares de épocas muito recuadas. 

O traje feminino representa o maior núcleo da coleção, associado a todo o tipo de acessórios. Completa-se com a coleção de traje interior, abundante e representativa dos séculos XIX e XX. O traje masculino está também presente, com predominância para as épocas em que a seda e o linho tinham primazia. Uma interessante coleção de traje de criança completa o núcleo do traje civil.




O Museu e o seu Parque

O parque botânico, uma área que integrou o antigo núcleo agrícola, tem atualmente cerca de 11 hectares murados e é atravessado por uma ribeira que, à entrada, corre a céu aberto e segue depois num troço encanado, datado do séc. XVIII. Esta solução permitiu a construção dos grandes socalcos que sustentam a plataforma onde se encontra o palácio. 

Diz a tradição que o jardim botânico terá sido iniciado por Domingos Vandelli, na segunda metade do séc. XVIII, no tempo do 3º Marquês de Angeja. Informação nunca confirmada mas plausível, o jardim tinha caraterísticas diferenciadoras que motivaram a Família Palmela, no séc. XIX, a continuar esta tradição de jardim botânico. Aqui se encontra a primeira Araucaria heterophylla conhecida em Portugal continental. 

Após a aquisição pelo Estado, em 1975, procedeu-se à recuperação e adaptação da propriedade a parque botânico, mantendo as suas áreas caraterísticas - jardim, roseiral, pomar, prados, pinhal e horta, e implementando o aumento da diversidade botânica. 


 
Modo de funcionamento

3ª Feira a domingo - 10h00 às 18h00
(última entrada aconselhada - Museu 17h30 | Parque 17h00)
Encerrado ao público:  2ª feira, 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, feriado municipal (13 de Junho), 24 e 25 de dezembro

Morada
Largo Júlio de Castilho - Lumiar
1600-483 LISBOA
Telefone
(+351) 217 567 620 |
Fonte de informação
Museu Nacional do Traje
Data de atualização
05/07/2018
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