Criado por Decreto Régio de 20 de Dezembro de 1893, sob a designação de "Museu Etnográfico Português", ou, a partir de 1897, "Museu Etnológico Português", teve como seu director, o Dr. José Leite de Vasconcellos Pereira de Mello, um dos maiores humanistas e eruditos da sua época.
Ainda instalado na Academia da Ciência de Lisboa, este museu visava apresentar a "... exposição permanente de objectos respectivos a todas as épocas da nossa civilização, desde as mais remotas, para o conhecimento das origens, vida e caracteres do povo português ...". A partir de 1903, o museu passa a estar instalado, na ala do séc. XIX, mais precisamente, no antigo dormitório do Mosteiro dos Jerónimos.
Em homenagem ao seu fundador, o museu adquire a partir de 1929, o nome de "Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcellos", sendo dirigido por Manuel Heleno. Entre 1930 e 1960, escavações sistemáticas efectuadas no Centro e Sul do país dotaram o museu de reservas arqueológicas de âmbito nacional e até europeu, pelo que assumiu a nova designação de "Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia", em 1965. A actual designação de "Museu Nacional de Arqueologia do Dr. Leite de Vasconcellos", adoptada em 1989, realça o seu carácter arqueológico, libertando-o da sua componente inicial etnológica.

O acervo do museu é constituído por colecções de arqueologia portuguesa, que abrangem os períodos pré e proto-histórico, romano, árabe e medieval, apresentadas segundo núcleos de tipologias diversas, nomeadamente cerâmicas e materiais de pedra lascada ou polida, vidros, peças metálicas, joalharia, numismática, medalhística, escultura, epigrafia pré-latina e latina, mosaicos, elementos arquitectónicos, documentação diversa (gravuras, desenhos, mapas, fotografias, manuscritos, livros antigos, etc.); por colecções de arqueologia estrangeiras, com especial destaque para as da Antiga Casa Real Portuguesa; e por colecções etnográficas portuguesas, europeias e extra-europeias.
É possível visitar no Museu Nacional de Arquelogia duas exposições temáticas, de carácter permanente, com linguagens expositivas e conteúdos radicalmente diferentes:

A exposição da Sala dos "Tesouros da Arqueologia Portuguesa", inaugurada no início dos anos 80, apresenta através de um percurso cronológico-cultural e tipológico uma das mais importantes colecções de ourivesaria arcaica peninsular (senão europeia), resultante de um século de achados e de aquisições em Portugal. Nesta colecção salientam-se: os conjuntos sepulcrais da Quinta da Água Branca e da Ermegeira, pela sua grande antiguidade (c. 2.500 a.C.); os braceletes maciços em ouro da Cantonha e da Torre Vã; o tesouro da Herdade do Álamo; o tesouro de Baião, de inspiração fenícia; e o torques de Vilas Boas, considerado a obra-prima da joalharia castreja.

A exposição "Antiguidades Egípcias", inaugurada em 1993, apresenta uma colecção de objectos provenientes do Antigo Egipto, segundo um critério temático-cronológico, que vai da era pré-dinástica à época copta. Entre esta colecção merecem especial destaque os vasos em pedra, as esculturas de animais, as máscaras funerárias, as inscrições hieroglíficas em vários suportes, as múmias humanas e seus sarcófagos.

Por sua vez, nas galerias principais, o museu apresenta ainda, vários tipos de exposições temporárias, que dizem respeito a sínteses nacionais sobre os diferentes períodos históricos que antecederam a fundação de Portugal, a mostras de carácter regional sobre sítios e culturas arqueológicas portuguesas e exposições internacionais de carácter histórico-arqueológico.
Por fim, é de salientar que após a reorganização do museu em 1980, este tem vindo a desenvolver programas de pesquisa e investigação interdisciplinares no âmbito da Paleoecologia e da Arqueologia Subaquática.

O museu oferece ainda, um conjunto de serviços, nomeadamente, biblioteca especializada, serviço educativo, loja/livraria, cafetaria, auditório e galerias de estudo, investigação e apoio a universidades, laboratório de conservação e restauro de peças arqueológicas e laboratório de paleoecologia; por fim, o museu edita desde 1895, a revista O Arqueólogo Português.

Bibliografia
ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1976.