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Museus, Bibliotecas e Arquivos

Museu Municipal Abel Manta

Distrito: Guarda
Concelho: Gouveia

Tipo de Património
Museus, Bibliotecas e Arquivos
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Gouveia
Descrição

O Museu Municipal Abel Manta encontra-se instalado num edifício setecentista, o antigo Solar dos Condes de Vinhó e Almedina, patrocinadores dos estudos artísticos de Abel Manta. Composto por sete salas de exposição permanente e uma de exposições temporárias, biblioteca de artes, serviços educativos, receção e loja do Museu, este espaço alberga o núcleo da obra de Abel Manta só por si merecedora de uma visita demorada, à qual se juntam trabalhos de ilustres mestres como Vieira da Silva, Joaquim Rodrigo, Júlio Resende, Júlio Pomar, Menéz e Paula Rego, Clementina Carneiro de Moura, António Sena, Bartolomeu Cid, Arpard Szénes.

Pintor português do século XX, reconhecido em Portugal e no estrangeiro, Abel Manta nasceu em Gouveia a 12 de outubro de 1888. Frequentou a Escola de Belas Artes de Lisboa onde cursou pintura. Em 1919 parte para Paris, onde irá contactar com Francisco Franco, Dordio Gomes e João da Silva. Frequenta o curso de gravura na casa Schulemberger; participa no Salon La Nationale, Paris, em 1921, 1922 e 1923. Regressa a Lisboa em 1925 e nesse mesmo ano expõe individualmente no Salão Bobone, Lisboa.

Em 1926 leciona numa escola técnica na cidade do Funchal. De novo em Lisboa no ano seguinte, casa com Clementina Carneiro de Moura. Em 1928 nasce o seu único filho João Abel Manta. Vencedor de vários prémios individuais, foi responsável por recriar a imagem de Portugal em diversos certames pela Europa, nomeadamente na decoração do pavilhão de Portugal na Exposição de Sevilha em 1929 e nas Exposições de Paris em 1931 e 1937.

Embora discreto na forma como projetou no exterior a sua obra, Manta pertenceu por inteiro à intelectualidade do seu tempo. Privou com figuras de grande relevo, participou regularmente em tertúlias como a do café A Brasileira, Chiado. Em 1979, foi condecorado com a Comenda da Ordem de Santiago e Espada pelo Presidente da República Portuguesa, António Ramalho Eanes.

Para Abel Manta, como para a maioria dos pintores modernistas portugueses, a estadia em Paris foi determinante. A "descoberta do impressionismo e de Cézanne"  forneceu-lhe os instrumentos para a definição do quadro de referências da sua produção futura. "Abel Manta passou a ser um pintor que assume uma dupla formação: a do naturalismo dos seus mestres na Escola de Belas Artes de Lisboa, com especial relevo para Carlos Reis, na procura da luz e de um registo mais imediato, bem como o rigor, a necessidade de construção que o «cilindro, a esfera e o cone» cézanneanos lhe incutiram". "À margem de qualquer vanguardismo, detestando o academismo, sincero para consigo próprio e para com a sua visão das coisas", conseguiu compatibilizar essas referências de modo pessoal.

Embora a fase inicial se caracterize por uma estruturação das formas e do espaço pictórico mais cézanneana, mais geometrizada, não parece possível isolar no interior da sua obra períodos estanques, claramente demarcados. Centrando-se sobretudo na observação direta do real, o seu projeto artístico caracteriza-se por uma grande coerência e continuidade.

Abel Manta elegeu três domínios temáticos principais: natureza-morta, paisagem e retrato. "Entre a natureza-morta cezanniana e a paisagem urbana impressionista se define a sua obra que, na maturidade sobretudo, se enriqueceu com notáveis retratos".

Ao logo dos anos pintou retratos de gente notável, como Bento de Jesus Caraça e Manuel Mendes, familiares, amigos, vizinhos, afirmando-se "como o maior retratista do seu tempo, capaz de integrar a expressão psicológica num sistema pictural coerente, com simultâneo entendimento plástico do retratado e compreensão do seu significado humano e social".

Na sua obra pode destacar-se Jogo de Damas, 1927 (coleção do Museu do Chiado), onde evoca Clementina Carneiro de Moura a jogar com o irmão. De herança cézanneana, esta será, segundo José Augusto França, "a obra mais significativa das suas possibilidades «modernas»", garantindo-lhe "uma posição importante entre os pintores da sua geração"


Modo de funcionamento
Horário de funcionamento:
Terça a Sábado - 9:30h às 12:30h | 14:00h às 18:00h
Domingos - 10h00 às 12h30 | 14h00 às 17h00
Entrada Gratuita - Encerra às Segundas
Morada
Rua Direita, 45
6290
Gouveia
Telefone
238 493 648
Fax
238 493 650
Fonte de informação
Jornal do Fundão
Bibliografia
in "Museus, espaços de memória"
revista integrante da edição do Jornal do Fundão do dia 6 de dezembro de 2012
Data de atualização
13/08/2013
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