Património Material
Templo Romano de Évora
Templo do início do séc. III d. C., provavelmente erguido em honra de Júpiter, na acrópole de Évora, durante a vigência dos Imperadores Trajano ou Adriano, ambos de origem hispânica.
Embora as crónicas eruditas lhe atribuam a veneração de Diana, deusa da caça, os seus fundamentos e divindade são desconhecidos.
Foi destruído durante as perseguições contra o paganismo, decretadas a partir do Imperador Honório (395 d. C.).
No séc. XVIII, foi transformado em açougue público, função já anteriormente assinalada, em Janeiro de 1384, por altura da revolução popular a favor do Mestre de Avis. Durante a Idade Média foi convertido em torreão.
Em 1870, a Câmara Municipal decidiu, em colaboração com o diretor da Biblioteca Pública, Dr. Filipe Simões e dos escritores Alexandre Herculano, Viscondes de Castilho e de Juromenha, Vilhena Barbosa e Victor Bastos, retirar ao monumento os acrescentos e modificações que encobriam os elementos romanos originais, trabalho realizado pelo arquiteto italiano Cinatti. Assim, o templo recuperou a sua beleza primitiva, embora sem a cela, a arquitrave, o friso e algumas colunas.
O templo apresenta planta retangular, em estilo coríntio e do tipo hexastilo-perípetro, encontrando-se assente em sólido embasamento de opus incertum, donde rompe a colunata, de fustes estriados, greco-romanos, atualmente constituída por catorze colunas e a base de outra, em mármore e granito (a colunata da fachada desapareceu, mantendo-se somente as seis colunas da retaguarda e algumas das laterais).
O chão era pavimentado de mosaico mas, não restam quaisquer vestígios.
Escavações revelaram ter sido rodeado por um pórtico e espelho de água.
ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.