"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Seminário Episcopal de Faro

Distrito: Faro
Concelho: Faro

Tipo de Património
Património Material
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Contemporâneo
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Equipamento
Valor patrimonial
Valor Artístico
Áreas Artísticas
Arquitectura, Estuques, Mobiliário, Pintura
Proprietário/Instituições responsáveis
Pe. José Pedro
Descrição

Este edifício foi mandado construir por D. José Maria de Mello, entre 1787 e 1789, para a formação do clero regular. No entanto, D. Francisco Gomes, considerando que as divisões eram insuficientes, mandou alargá-lo.

A 8 de Janeiro de 1797 foi inaugurado com toda a solenidade, embora o refeitório e a capela só viessem a estar concluídos em 1808. Em 1833 fechou, tendo servido de hospedaria a soldados e oficiais que de Tavira passavam para Lagos ou vice-versa. Reabriu em 1856 e, na época do vice-reitor Monsenhor Pereira Botto, foi construído sobre a sacristia um "Posto Metereológico" com o nome de D. Francisco Gomes, extinto e demolido há alguns anos.

Em 1910, o Seminário foi "nacionalizado", tendo servido de quartel para o Regimento de Infantaria 33. Nos anos 40 deste século, foi devolvido à Diocese do Algarve, retomando o seu papel original. Durante o período da descolonização, como se encontrava devoluto, foi cedido para acolher os retornados, situação que muito prejudicou este edifício, o qual ainda hoje necessita de obras de restauro.

Trata-se de uma ampla construção, em cuja fachada se rasgam, no andar nobre, dezoito janelas de peito, com lintel curvo, nove de cada lado de uma janela central, de sacada. O seu longo telhado corrido é de duas águas e prolonga-se até ao fim do edifício do lado, sendo interrompido por duas clarabóias, de forma oitavada, que iluminam o corredor. No rés-do-chão encontram-se três portas, igualmente com lintel curvo, as quais interrompem, de uma forma simétrica, o conjunto de pequenas janelas gradeadas, em grupos de quatro, num total de dezasseis.

No interior do edifício, o piso nobre tem uma série de quartos separados por um longo corredor que, nos extremos, vira em ângulo recto em direcção à muralha. Um destes dá acesso à capela, à biblioteca (com estantes próprias), à sala de música (tem um interessante tecto pintado) e a uma sala de recreio, cujas janelas de sacada se abrem sobre a muralha e estão viradas para o mar; aí existe uma descida para o rés-do-chão.

Ao centro do corredor mais comprido encontra-se a porta da escadaria, de três lanços, ao cimo da qual estão as armas de D. Afonso Castelo Branco, possivelmente para aqui transportadas do Paço Episcopal, depois de ter sido mandado restaurar, após o terramato, por D. Fr. Lourenço de Santa Maria. O outro corredor dá acesso a mais quartos e aos sanitários, igualmente com saída para as estreitas e longas varandas sobre a muralha, no passado conhecidas por "varanda do recreio" e "varanda do vice-reitor". No final desse corredor encontra-se uma ampla escada interior que conduz às dependências do rés-do-chão, designadamente o imponente refeitório, um corpo arquitectónico separado, com fachada independente, de frontão e grande janela com cornija assemelhando-se, exteriormente, a uma igreja. O refeitório tem comunicação para a grande cozinha e outros anexos dependentes, todos com comunicação para o espaçoso terreiro, para o qual dão as janelas do primeiro andar e as pequenas janelas do piso inferior.

Do corpo da escadaria em diante está o antigo "claustro das aulas" (neste edifício funcionou o antigo Liceu), actualmente com várias adaptações. É um amplo recinto com cobertura em abóbada sustentada por pilastras, no qual, em 1940, se efectuou a I Exposição de Arte Sacra do Algarve.

Sob o "corredor da capela" estendem-se diversas dependências, uma das quais apresenta uma janela manuelina para o pátio, algumas que ainda há poucos anos mantinham o seu aspecto original, com elementos da muralha, que foram aproveitados para instalações sanitárias e para camaratas.

A capela, mandada erguer e decorar por D. Francisco Gomes, tinha no altar um retábulo a enquadrar a bela pintura do "Menino entre os Doutores", de Marcello Leopardi, actualmente no Auditório do Museu Municipal. As paredes são em estuque e eram decoradas com telas representando cenas da Vida de Jesus (hoje estão na Igreja Paroquial de S. Pedro).

Morada
Largo da Sé
8000
FARO
Bibliografia
LAMEIRA, I. C. Francisco, Faro : Edificações Notáveis, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1995.

ROSA, José António Pinheiro e, Monumentos e Edifícios Notáveis do Concelho de Faro, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1984.

Data de atualização
29/11/2006
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