"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Quartel do R. I. F. (antigo convento franciscano)

Distrito: Faro
Concelho: Faro

Tipo de Património
Património Material
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderno, Contemporâneo
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Conventual/Monástica
Valor patrimonial
Valor Artístico, Valor Histórico
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Cantaria, Pintura
Uso atual
Quartel do R. I. F.
Descrição

Quando, em 1519, foi lançada a primeira pedra para o Convento da Assunção, já se encontravam em Faro, na Igreja de S. Sebastião, frades franciscanos da Província da Piedade, para prepararem a edificação de um convento e escolher o local. Partiram sem nada terem resolvido, mas no tempo do Bispo D. Fernando Coutinho, a pedido dos Vereadores, Nobreza e Povo, em 1528. No ano seguinte iniciaram a construção do convento, numa herdade de D. Branca de Vilhena, viúva de Rui Barreto, Alcaide-mor e Capitão-mor de Faro e Loulé, herdade que ía da orla do mar até ao sítio da Trindade (foi fundado em 1529). As despesas da obra foram pagas por seu filho, Nuno Rodrigues Barreto, o qual ficou como padroeiro e sucedeu a seu pai na alcaidaria mor.

Os frades viveram aqui até ao terramoto de 1755, o qual lhes arrasou a igreja e o convento. A partir daí começaram a viver em péssimas condições, pois as suas acomodações encontravam-se em ruínas. No entanto, começaram a reedificar o convento, tendo solicitado ao Papa Pio VI um Breve de redução de missas para poderem custear as respectivas despesas. Assim, pediam que lhes fosse permitido celebrar "uma por três, ficando a esmola de duas a favor da obra de reedificação e uma para sustento do religioso celebrante e da Comunidade". A concessão da graça veio por intermédio da Rainha e pertenceu ao Bispo a sua execução.

As obras foram efectuadas muito lentamente e, por volta de 1829, num requerimento ao Bispo, os frades diziam só ter utilizado a redução de missas por três anos, solicitando-lhe a prorrogação da redução de missas durante os dois anos que ainda lhes faltavam dos cinco concedidos. Apesar do edifício se encontrar em obras de reconstrução, os "serviços militares" utilizaram-no desde 1827 ou 1828, não se sabendo onde teriam ficado alojados os frades com os soldados a ocuparem as suas instalações.

Embora o convento e a igreja tivessem sido arrasados pelo terramoto, a estrutura conventual não desapareceu e por ela foi possivel fazer a sua reconstrução. No actual edifício do quartel, muito pouco resta do edifício primitivo (renascença, provavelmente edificado pela família Pires). Exteriormente, observa-se uma estreita faixa de parede que o destaca da Igreja de S. Francisco, seguida de quatro tramos separados por cunhais de alvenaria. Dos três primeiros, o cunhal do segundo é mais elevado, tendo no alto um óculo, na altura do 1º andar uma janela de sacada e no rés-do-chão a porta principal do edifício. Actualmente, esta é a entrada do quartel e estaria neste local a igreja do convento, sendo a porta, que se encontra sempre encerrada, a primitiva. O arco abatido ao fundo deste compartimento da entrada seria o que sustentava o coro localizado onde hoje se encontra a biblioteca. Na caserna inferior seguia a nave prolongada para o alto no lugar da caserna superior. O altar-mor encontrar-se-ia ao fundo, supondo-se que a igreja ficava ao longo duma das alas do claustro. A outra entrada, que era no tramo seguinte, era mais lógica pois daria imediatamente para o claustro, o qual constituía e ainda constitui o núcleo de todo o edifício.

Em cada uma das suas alas estão sete arcos de pedra, os quais repousam sobre impostas em que terminam as pilastras que os sustentam e dão para o pátio. A cobertura é de abóbada de alvenaria e o pavimento de calçada miúda. Ao silhar de cantaria que o rodeava todo foi sobreposto, recentemente, outro de azulejos imitando o séc. XVIII. A ala do lado da cerca terá sido suprimida por altura da adaptação definitiva da casa a quartel. Na ala confinante com a antiga igreja encontra-se uma lápide com os nomes dos soldados do R. I. F. que morreram nas últimas guerras em que tomou parte.

Em redor do claustro encontram-se instalados os serviços do regimento, tanto no rés-do-chão como no primeiro andar: casernas, salas de armas, refeitórios, cozinhas, salas de sargentos, de oficiais, secretarias, aposentos dos comandantes, uma boa biblioteca (recheada, principalmente, de obras militares), entre outras dependências. É interessante verificar que, em muitos desses compartimentos, se conserva a estrutura das antigas celas dos frades, cada uma delas formada por um pequeno corredor contíguo à porta, baixa, e sala de estar com janela, assim como recatada alcova onde o religioso dormia.

A longa frontaria que se estende para o lado direito, compreendendo um tramo mais estreito e outro mais longo, com duas ordens de janelas, uma de rés-do-chão elevado e outra de primeiro andar, correponde a uma das alas do claustro e ao início de outra perpendicular a esta. Estes corredores, extremamente limpos, estão ornados por plantas, quadros e outras curiosidade nas paredes. Contrariamente ao que se julga, o patrono deste convento era Santo António e não S. Francisco.

Morada
Largo de S. Francisco
8000
FARO
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ROSA, José António Pinheiro e, Monumentos e Edifícios Notáveis do Concelho de Faro, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1984.
Data de atualização
25/08/2008
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "Memória"

Em parceria com a Films4You, oferecemos convites duplos para a antestreia do drama emocional protagonizado por Jessica Chastain, "MEMÓRIA", sobre uma assistente social cuja vida muda completamente após um reencontro inesperado com um antigo colega do secundário, revelando segredos do passado e novos caminhos para o futuro.

Visitas
93,765,911