"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Torre de S. Lourenço, ou Torre do Bugio

Distrito: Lisboa
Concelho: Oeiras

Farol do Bugio
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
Decreto N.º 41191 de 18-7-1957
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Militar - Forte
Valor patrimonial
Valor Arquitectónico, Valor Histórico
Estilo(s)
Renascença
Áreas Artísticas
Arquitectura Militar
Uso atual
Farol da Barra do Tejo.
Proprietário/Instituições responsáveis
Administrativamente pertence à freguesia de Trafaria - concelho de Almada; militarmente depende do comando da Fortaleza de S. Julião da Barra (Estado Maior da Armada - Direcção de Faróis) em Oeiras.
Descrição

Já no ano de 1571, Francisco de Holanda, engenheiro-militar, recomendava, numa obra de sua autoria - Da Fábrica que Falece a Cidade de Lisboa - uma construção fortificada na Barra do Tejo, se possível for, havendo pedra, ou fundamento seguro (...), no meio da Cabeça Seca onde rebenta o mar dos Cachopos que responde mais fronteiro a São Gião".
Inicialmente, em 1586, no "tempo dos Governadores", a fortificação de Cabeça Seca terá sido um ponto fortificado, de carácter provisório (em madeira), talvez não exactamente no mesmo local onde posteriormente viria a ser edificada a construção definitiva, filipina, da autoria de Frei Giovanni Vincenzo Casale. Este frade engenheiro, chegou a Portugal em 1589, vindo do Vice-Reinado de Nápoles onde trabalhava no Arsenal Real. Em Dezembro desse ano, escreveu ao rei Filipe I, informando da necessidade e possibilidade de ser efectuada uma construção fortificada no banco de areia (baixio) que limita, a sueste, a Barra Grande, conhecido por Cabeça Seca. Obteve do monarca, autorização para a respectiva edificação, começando as obras em Fevereiro de 1593.
Após a construção do traçado inicial (fundações e parte das muralhas), veio a falecer Frei Giovanni, em Coimbra, no início de Janeiro de 1594, tendo as obras abrandado o seu ritmo. Durante a Restauração, rendeu-se a incompletada fortificação aos portugueses (aquele ponto fortificado estava sob o comando de um oficial espanhol).
O seu aspecto actual deve-se a Frei João Turriano, que orientou as obras durante o reinado de D. João IV. Encimando a porta de entrada existe uma placa de bronze que atribui, inclusivé, a edificação da fortaleza a D. João IV, ignorando as obras de fundação e já ter sido artilhada durante o período filipino. É um dos bons exemplos das fortalezas redondas (planta circular) do Renascimento, onde todos os seus elementos principais (base, parapeito para artilharia, alojamento da guarnição, pátio interior e corpo central mais elevado, onde se localiza o farolim) são circulares e concêntricos. Foi também utilizado como prisão. Sabe-se que no ano de 1802, estava artilhada com 26 peças de fogo. Os franceses ocuparam-no nos finais de 1807, sendo em Março do ano seguinte, efectuados disparos de canhoeiras, vindos do lado da Barra, por parte dos ingleses, que tentaram o desembarque, sem êxito; tal só veio a ser conseguido em Setembro, após a Convenção de Sintra, sendo a bandeira inglesa içada na fortaleza, substituída, passado pouco tempo pela portuguesa.
A torre entrou em cena novamente, em 11 de Julho de 1831, por ocasião do ataque inesperado dos franceses, sob o comando do Almirante Roussin. O forte, desde o século XIX, encontra-se desactivado, como consequência da sua ineficácia perante a evolução da artilharia passando, então, a ter a utilidade de farolagem da Barra. Relativamente ao Farol do Bugio, já existiam referências em 1751, embora seja dado como construído em 1775; em 1836, realizaram-se obras de remodelação no farol, passando o novo mecanismo a ter um movimento regular e contínuo de rotação, levando 3 minutos a dar uma volta completa. Possuía 16 focos luminosos, alimentados por candeias de azeite, que gastavam 12 litros por noite. Em 1896, foi o farol equipado com novo equipamento.
Em meados do nosso século, devido ao assoreamento da Barra, era possível, durante a maré-baixa, ir a pé do Bico da Areia ou Bico da Calha, até ao Bugio; actualmente este encontra-se isolado pelo mar, devido à regressão das areias, razão pela qual a visita só é possível através de pequenas embarcações.
A Torre do Bugio pertence administrativamente à freguesia de Trafaria (concelho de Almada), mas militarmente esteve sempre adstrita ao comando da Fortaleza de S. Julião da Barra (Estado Maior da Armada - Direcção de Faróis), sito no concelho de Oeiras.

Intervenções e Restauros
O Forte recebeu obras de conservação, que incluiam a protecção da base da muralha, através de blocos. Construção do Farol na centúria de setecentos.
Morada
Areal da Cabeça Seca Rio Tejo frente a Oeiras e São Julião da Barra
2780 Oeiras
Barra do Tejo
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
AZEVEDO, Carlos de; FERRÃO, Julieta; GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. II, Lisboa, Junta Distrital de Lisboa, 1963.

CALLIXTO, Carlos Pereira, Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras, [s.d.].

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

SOUSA, R. H. Pereira de, Fortalezas de Almada e seu Termo, Câmara Municipal de Almada, 1981.

Data de atualização
23/05/2007
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "Memória"

Em parceria com a Films4You, oferecemos convites duplos para a antestreia do drama emocional protagonizado por Jessica Chastain, "MEMÓRIA", sobre uma assistente social cuja vida muda completamente após um reencontro inesperado com um antigo colega do secundário, revelando segredos do passado e novos caminhos para o futuro.

Visitas
93,796,906