Património Material
Paços do Concelho de Évora
A Câmara Municipal teve diversos locais de reunião pública; o primeiro local, ao que parece, com licença da prelatura, ficava no alpendre da Porta do Sol da Sé e, por esse motivo, foi esculpido no extradorso do transepto, sobre a galeria do claustro gótico, o mais arcaico brasão de armas do concelho, o qual representa, segundo a tradição, Giraldo sem Pavor, o conquistador da cidade em 1165.
Depois funcionou no Largo dos Açougues, junto do Templo, local onde foi fundado o Colégio dos Meninos do Coro, no séc. XVII.
Mais tarde, D. Manuel I transferiu os serviços admnistrativos e judiciais para a Praça Maior (Giraldo), tendo ordenado a edificação de novos paços no estilo manuelino-mudéjar (1513-16), os quais, com o Pelourinho, desapareceram no final do séc. XIX.
Finalmente em 1882, o Município foi transferido para a Praça do Sertório, após ter sido adquirido o antigo solar dos Martins de Silveira, condes de Sortelha.
Este edifício foi bastante remodelado e perdeu o aspecto antigo, que compreendia o pátio aclaustrado, uma torre medieval e algumas abóbadas quinhentistas, de que subsiste a do Arquivo, com tecto polinervado da Renascença.
Em Dezembro de 1987, durante o levantamento do sobrado desta sala e em sondagens efectuadas pelo Serviço Regional de Arqueologia da Zona Sul, foram encontrados importantes vestígios das termas romanas da cidade.
Após 1910, foram realizadas grandes obras que procuraram dar ao imóvel a feição arquitectónica original, com o vasto átrio de escadaria e coberturas metálicas (novidade introduzida em Portugal pelo engenheiro francês Eiffel). As obras seguiram o projecto do arquitecto Alfredo da Costa Campos, de Lisboa, com os construtores D. Argente, Lda. e Gabriel Mendes, tendo sido nesta fase construído o Salão Nobre, com estuques e elementos clássicos.