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Património Material

Paços de Évora (restos) - Palácio de D. Manuel

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
16-06-1910, DG 136 de 23-06-1910 ZEP DG (II Série), n.º 12, de 15-01-1955
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Estilo(s)
Gótico, Manuelino, Mudéjar
Uso atual
Galeria Municipal de Exposições Temporárias
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Évora
Descrição

Este paço, também conhecido por Paço Real de S. Francisco (encontra-se na enorme cerca dos Franciscanos), foi construído cerca de 1470 no local do desaparecido paço de madeira, executado expressamente para as festas e banquetes do casamento dos príncipes herdeiros, D. Isabel de Castela e D. Afonso de Portugal, filhos dos Reis Católicos e de D. João II, em 1490.

D. Duarte e D. Afonso V já tinham habitado, desde meados do séc. XV, numa parte do convento franciscano e na igreja.

Supõe-se que a residência real terá começado por ocupar a Sala dos Estudos, fundada por D. Afonso V como primeira Livraria da Corte, mas algum tempo depois começou a alargar-se a outras dependências do convento e a alongar as edificações pela cerca.

A igreja foi bastante engrandecida ao nível arquitetónico pelas sucessivas benesses régias, pois aí eram celebradas todas as cerimónias inerentes à Capela Real, intromissão profana que perturbou o austero viver monástico e originou censuras papais, o que motivou a construção da elegante Galeria das Damas (nome atual), o único elemento desse grandioso conjunto, no qual se contavam as Salas da Rainha, dos Embaixadores e a Livraria Régia, a primeira instituída pela Coroa, cerca de 1460.

A construção do alpendre com arcos em ferradura, de influência mourisca, data do reinado de D. João II.

No edifício realizaram-se cerimónias memoráveis da História de Portugal: em 1497, o investimento de Vasco da Gama no comando da esquadra de descobrimento da Índia e a sua nomeação, em 1519, de 1º conde da Vidigueira; os recitais de seis autos de Gil Vicente; as cortes nacionais de 1535; nascimento e mortes de príncipes, filhos de D. Manuel e D. João III; aulas pré-universitárias; receções solenes a homens ilustres do Humanismo e da Cultura do país, entre outros acontecimentos.

D. Sebastião e os monarcas espanhóis pouco estimaram os paços (considerados, atualmente, os mais grandiosos depois dos da Ribeira, de Lisboa), até que Filipe III, o qual visitou Évora em 1619, e a solicitação da comunidade, abdicou da pertença dominial regalenga sobre o imóvel.

Por altura da extinção das ordens religiosas foi encerrado e, mais tarde, em 1895, foi destruído.

Do conjunto subsiste o pavilhão manuelino, o qual serviu de trem militar, de teatro e animatógrafo, até ter sido atingido por um incêndio em 1916.

Entre 1943 e 1947, foi restaurado pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo recuperado toda a estrutura quinhentista dos pisos térreo e nobre, salientando-se a galilé, com arcos de ferradura, denticulados e ultrapassados, de ladrilho vermelho. As janelas geminadas são do mesmo estilo mudéjar, e as abóbadas de nervuras, com capitéis e mísulas em pedra.

A torre, além do portal querenado, com os símbolos manuelinos da cruz de Cristo e das esferas armilares, apresenta uma secção posterior, agulhada e em estilo renascença, enobrecida por três originais balcões de peitoril, em mármore, esculpidos ao gosto salmantino. As coberturas do andar principal foram reconstituídas segundo modelos do tipo de alfarge, copiados de caixotões existentes no Norte do país.

Desconhece-se quem foi o autor do projeto deste edifício antigo, visto não estar documentado, mas sabe-se que pertence ao ciclo dos grandes mestres locais de pedraria, do reinado de D. Manuel I: D. Diogo e Francisco de Arruda, Martim Lourenço ou Pero de Trilho, todos arquitetos da casa real portuguesa (1495-1521).

A Galeria das Damas encontra-se situada num jardim público, de influência romântica.

Núcleos mais importantes
Galeria das Damas.
Programas e Projetos
Integrado em área inscrita na Lista da UNESCO
Modo de funcionamento
Posto de Turismo Praça do Giraldo, nº 73 . 7000-508 ÉVORA
Morada
Jardim Público de Évora, S. Pedro
7000 ÉVORA
Telefone
266 777 000
Fax
266 702 950
Web site
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ALVES, Afonso Manuel, Évora a Cal e a Pedra, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1990.

ESPANCA, Túlio, Évora, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1980.

Idem, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.

GIL, Júlio, Os mais belos palácios de Portugal, Verbo, Lisboa/São Paulo, 1992.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.

Data de atualização
09/11/2015
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