Património Material
Palácio dos Duques de Cadaval
Este palácio é, igualmente, conhecido como Palácio da Torre das Cinco Quinas e serviu de pousada a D. João II, D. João IV e D. João V, tendo aí estado preso D. Fernando II, duque de Bragança, justiçado em 1483 na Praça.
Este edifício é considerado uma das mais imponentes construções civis da cidade. A sua origem deve-se a Martim Afonso de Melo, servidor do Mestre de Avis e genearca de uma das mais notáveis famílias da nobreza portuguesa, os duques de Cadaval, igualmente titulares dos condados de Olivença, Tentugal e marqueses de Ferreira.
A austera construção assenta no embasamento fortificado do Castelo Velho de Évora, parcialmente queimado na revolta popular de Janeiro de 1384, de que se recuperaram diversas torres (das quais se salienta a denominada Torre das Cinco Quinas), e a Porta da Traição, e onde foi construído um interessante pavilhão. Este encontra-se iluminado por janelas maineladas com cortinas de ameias do tipo mudéjar.
O edifício apresenta fachada com janelas ogivais, geminadas, emolduradas com mármores da Arrábida, com colunelos também em mármore e capitéis árabes, sendo rematada por ameias chanfradas. Essa face é, ainda, enquadrada por duas altas torres ameadas, com merlões piramidais.
Na fachada Este, suportada por botaréus, salientam-se um friso de esgrafitos e duas janelas denticuladas, de tijolo, mouriscas, com arcos de ferradura.
No corpo térreo existe a Galeria de Arte da Casa Cadaval, a qual compreende alguns exemplares valiosos de códices iluminados, escultura, pintura, armaria e campas de bronze, gótico-flamengas, raras em Portugal, do chanceler Rui de Sousa, senhor de Sagres e Beringel, que assinou o célebre Tratado de Tordesilhas, em 1494, de sua mulher D. Branca de Vilhena e de Rui Pais, alcaide-mor de Portel.
Idem, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.
TAVARES, M. e MIRANDA, C., Guia Turístico, Cultural e Artístico de Portugal, Lisboa, 1989.