Património Material
Palácio do Marquês de Tancos
Localizado na Costa do Castelo, é um dos edifícios quinhentistas que resistiram ao Terramoto de 1755.
A primitiva construção pertencia em 1593, ao primeiro conde de Castanheira, e nela residiu a família Ataíde. Nos começos do séc. XVII, serviu de habitação aos Condes da Atalaia, depois Marqueses de Tancos.
A sua massa arquitectónica é imponente e sóbria, ocupando a ampla fachada a íngreme calçada do Marquês de Tancos. Este extenso pano apresenta um paredão em cantaria aparelhada que decora o piso térreo de onde se abrem diversas portas (hoje lojas e armazéns, alteração dos meados do séc. XVIII).
O edifício apresenta uma regularidade na concepção construtiva, os três andares apresentam 15 janelas, apresentando as do segundo andar, parapeito. A unidade estrutural que está também presente na fachada Norte, é elegante e ligeiramente côncava, com empena e beiral idênticos aos da frontaria principal. O edifício é fornecido de angulosos pátios que dão acesso ao andar nobre (funcionando actualmente como Escola Primária).
No interior do Palácio há vários recintos com azulejos do final do séc. XVII, enquanto que no andar nobre os salões são ornamentados com painéis de azulejos setecentistas, figurando num deles as Armas dos Manuéis (primeiros proprietários da moradia senhorial). Dos restantes trabalhos em azulejaria distingue-se um conjunto de cinco painéis figurados do salão central pintados a azul cobalto, com cenas venatórias e motivos clássicos de decoração civil, dos quais o maior está assinado « R. M. Docotto Fecit », ou seja, obra executada por Raimundo do Couto (entre 1715 e 1718). Os azulejos do final do séc. XVIII são provenientes da Real Fábrica de Cerâmica do Rato.