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Património Material

Palácio do Conde de Óbidos

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Localização
Palácio onde está instalada a Cruz Vermelha Portuguesa.
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
45/93, DR 280, de 30-11-1993, ZEP DR (I Série-B), n.º 183, de 10-08-1998, portaria n.º 512/98
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Doméstica - Palácio
Áreas Artísticas
Arquitectura Civil
Uso atual
Sede Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa
Descrição

O Palácio do Conde de Óbidos foi mandado construir por D. António de Mascarenhas, no segundo quartel do séc. XVII. O edifício, abalado pelo terramoto de 1755, foi completamente reconstruído em finais do séc. XVIII por D. Vasco de Mascarenhas, sobrinho do primeiro Conde de Óbidos - D. António. No princípio do séc. XX o edifício já não se encontrava em propriedade dos Condes de Óbidos, foi arrendado nos primeiros anos ao Clube Inglês, que aí permaneceu até 1919, ano em que foi adquirido pela Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha. No local esteve sediada a Legação de Espanha e aí estiveram instalados alguns particulares, o Marquês de Villabor, o azulejador Jorge Colaço e o Secretário-Geral Affonso de Dornellas.

O edifício tem planta em U, possui volumetria paralelipipédica e cobertura em telhados de duas e três águas. A norte, o alçado principal, é composto por dois corpos; o portal é emoldurado a cantaria e encimado por tímpano, no qual se inscreve, entre volutas e amparado por figuras infantis, um brasão de armas dos Mascarenhas, sobrepujado por uma coroa ducal. No alçado principal desenham-se quatro janelas, coroadas de ática; entre as janelas, inscrevem-se seis painéis de azulejo, formando silhar a toda a largura deste corpo do palácio. Os painéis legendados são articulados com pilastras e assentam sobre envasamentos de florões, ornatos e medalhões; representando figuras humanas em situações do quotidiano. No corpo poente, encontra-se a porta da capela, com tímpano encimado por uma cruz e duas janelas. No alçado, orientado a sul, distinguem-se dois corpos laterais, com fenestração de sacada seiscentista, na parte superior, e de peitoril, no plano inferior. Os dois corpos são unidos por uma varanda de varões que percorre o terraço. Na fachada sul inscreve-se uma arcadaria de cinco arcos de volta abatida cortados por mainéis envidraçados; destaca-se também um corpo anexo. No alçado a nascente inscreve-se uma porta de acesso e fenestração.

No espaço interior destaca-se a Biblioteca e as Salas de Diana, da Mitologia, das Parábolas, de D. João de Castro, das Grinaldas, de Jantar; o Gabinete do Presidente e a Capela. A Biblioteca, reconstruída na década de 30, é de teto apainelado e possui belas pinturas ornamentais nos quatro ângulos e um painel que reproduz as "Pazes de Alvalade", da autoria de Gabriel Constante. Guarnições de grinaldas com três figuras infantis sobre pedestais, representativas das sete artes liberais, e a divisa da Cruz Vermelha INTER ARMA CHARITAS, inscrevem-se na sanca. A Biblioteca possui ainda uma galeria percorrida por balaústrada de madeira, seiscentista, à qual se acede por meio de uma escada interior de ferro em caracol, e um enorme lustre de cristal. A Sala de Diana, também designada como Sala do Concelho Supremo da Cruz Vermelha Portuguesa, apresenta silhares de azulejos azuis e brancos representando cenas mitológicas e pastoris da deusa Diana, também se podem observar os retratos do Fundador da Cruz Vermelha Portuguesa e do primeiro Presidente. Na Sala da Mitologia destaca-se a azulejaria seiscentista com cenas mitológicas; nesta sala estão os bustos dos primeiros promotores da Cruz Vermelha Portuguesa - D. Luís e Rainha D. Maria Pia de Saboia . Na Sala das Parábolas encontra-se de novo azulejaria, da autoria de José Leite, designadamente dez painéis historiados com cenas da Bíblia; estão também expostos retratos dos presidentes eleitos, de 1924 a 1981; pode-se observar, no centro, uma mesa envidraçada, dourada, com as medalhas concedidas pela Cruz Vermelha Portuguesa. A Sala de D. João de Castro prima pela rica decoração, está revestida por silhares de azulejos monocromáticos representando as tapeçarias tecidas em Bruxelas em 1555; o teto é em fundo de madeira, e nele inscrevem-se dois lustres. Os painéis, de complexa figuração, encontram-se envolvidos por bordaduras, figurando folhagens, frutos, medalhões, figuras infantis e mitológicas. A Sala das Grinaldas possui um silhar de pórfiro castanho, em placas quadradas. O teto é animado por pinturas policromas, de Gabriel Constante, representando crianças com flores, nos quatro cantos, e um medalhão com grinaldas, no centro. A Sala de Jantar é igualmente revestida de silhares de azulejos monocromáticos em vários painéis, do séc. XVII, representando cenas palacianas e campestres ao estilo francês, da autoria do Coronel Victória Pereira. As pinturas do teto, da autoria de Gabriel Constante são representações do Palácio dos Condes de Óbidos ao longo da sua existência. Nas paredes inscrevem-se brocados de damasco fingido com alisares de mármore rosa e observa-se uma moldura com a bandeira da Cruz Vermelha Portuguesa. No Gabinete do Presidente predominam os silhares modernos de azulejos monocromáticos, sendo os alisares em azulejos de cor. O teto apainelado, está dividido em placas quadradas com pinturas ornamentais, nele estão suspensos dois lustres manufaturados na Marinha Grande. No pavimento superior do corpo poente do alçado a norte inscreve-se a Capela, na qual se diferenciam dois corpos. O teto é de estuque abobadado, em arco de cesto e revestido de branco e cal com pinturas policromas, representando o símbolo do Espírito Santo e as Armas Reais. As paredes da capela são revestidas de azulejos policromos seiscentistas. A câmara de acesso tem um teto apainelado em losangos com pintura ornamental e silhares de azulejos do mesmo tipo revestem as paredes. A antecâmara, da capela, tem também teto apainelado com articulação de dourados e pinturas ornamentais e em medalhões, azulejos policromos revestem as paredes, salientando-se um painel representando Nossa Senhora da Conceição. O batistério tem cúpula redonda, no centro desenha-se o símbolo do Espírito Santo; destaca-se a pia do batistério apoiada sobre um pilar de mármore e com gomos nos quais se lê:

A ÁGUA DO BATISMO, LAVA O PECADO ORIGINAL E ALCANÇA O AMOR E A GRAÇA DE DEUS
 
A Sacristia possui teto moderno apainelado, com pinturas policromas ornamentais, os silhares mais antigos do palácio encontram-se neste espaço; a destacar a imagem do Menino Jesus coroado que se encontra sobre um arcaz.
 
Morada
Jardim 9 de Abril, 1 a 3, Rua Presidente Arriaga e Escadaria José António Marques, Prazeres
1350-248
LISBOA
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia

DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série-B, nº 280 de 30-11-1993.

O Palácio dos Condes de Óbidos - Sede da Cruz Vermelha Portuguesa, Lisboa, 1983.

Data de atualização
13/03/2013
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