Património Material
Palácio de Xabregas ou dos Marqueses de Olhão
Foi um dos palácios com mais tradições em Xabregas, pertencente aos Marqueses de Olhão, Condes de Castro Marim, construído no final do séc. XVII; sofreu obras de restauro no séc. XVIII. A sua fachada tem 14 janelas e contíguo ao segundo dos dois prédios modernos abre-se o portal, brasonado sobre a verga, que por uma passagem conduz ao Pátio nobre, hoje muito desfigurado. Neste pátio encontra-se, do lado sul, acima de alguns degraus, o pórtico nobre, com grande brasão de armas dos Cunha de Mendonça e Menezes, em boa lavra de pedra. O vestíbulo exterior, de tecto liso, em madeira, apresenta azulejos do séc. XVII e um empedrado de lajes de mármore branco e rosa, já muito gastas. O interior do palácio é bastante sóbrio; o Salão de Entrada tem um tecto apainelado, tipo seiscentista, ostentando nas suas paredes retratos a óleo de D. Tristão da Cunha, Governador de Angola, de D. Pedro da Cunha e do 1º Marquês de Olhão, D. Francisco de Melo da Cunha de Mendonça e Menezes. Foi neste palácio que foram feitas as primeiras conspirações dos conjurados de 1640, pois era a casa de D. Vasco de Menezes, um dos quarenta fidalgos partidários da causa de D. João, Duque de Bragança. O muito procurado palácio dos Melos, a Xabregas, sede dessas inspirações, era este.
DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série-B, nº 280 de 30-11-1993.