O palácio seiscentista funcionou como residência dos prelados de Lisboa, entre os quais o primeiro patriarca, D. Luís de Sousa, que ordenou o restauro do edifício. Embora alterado recentemente, o Palácio de Mitra conserva a sua traça original. O edifício possui planta rectangular, com dois pisos, e tem adossado ao alçado principal, orientado a sul, um pano de muro onde se inscreve um portal com balaustrada, vasos ornamentais e pedra de armas do encomendador. Nesta frontaria, o primeiro piso é articulado com paramento de silharia; no piso superior inscrevem-se nove janelas de sacada e cornija saliente. Na fachada, que dá para o pátio, rasga-se uma porta rematada por frontão contracurvado e tímpano vazado por um óculo oval.
No espaço interior, nas escadarias e nas salas, destaque para os silhares de azulejos, em vários padrões, testemunho de parte da produção portuguesa do segundo quartel do séc. XVIII. Os painéis, atribuídos a Bartolomeu Antunes e Nicolau de Freitas, abrangem uma variada tipologia temática que inclui composições seriadas e ornamentais e painéis historiados. Os tectos apainelados são decorados com pinturas .

GUIA LARANJA, Lisboa e Costa de Lisboa, Lisboa, Convergência, 1985.

SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, Carlos Quintas & Associados - Consultores, Lda., 1994.