Património Material
Palácio Ludovice
Instituto Português de Arte Cinematográfica e Audiovisual
O palácio, projectado em 1747 por João Frederico Ludovice, é um exemplar da conjugação de elementos ritmados com elaborados desenhos de cantaria. Em 1941, o imóvel passou a propriedade da Companhia de Seguros Tranquilidade, três anos depois foi instalado no local o Solar do Vinho do Porto, dando-se uma transformação significativa, sob o risco do arquitecto Jorge Segurado, no pavimento térreo, que corresponde ao primitivo pátio nobre.
O edifício apresenta cinco pisos, assimétricos em altura, e pano da fachada dividido em três. Na fachada principal, a porta central encontra-se decorada com pilastras de cantaria em fiadas sobrepostas e coroadas de tímpano, sendo ladeada, ao nível da rua, por três portas do lado norte e três do sul. No segundo piso, do lado direito, no terceiro e no quarto piso inscrevem-se janelas de sacada com cantarias trabalhadas; as janelas são coroadas com falso frontão achatado e composto com palmas, conchas e aletas; no último andar rasgam-se sete janelas de peito. No andar nobre, que não se encontra demasiado destacado, inscreve-se uma varanda sinuosa. A fachada norte é dinamizada por três ordens de nove janelas; na fachada poente repetem-se as três ordens de janelas, destacando-se as do andar nobre com sacada; a fachada sul possui uma ordem de oito janelas de sacada no andar nobre.
O interior, antecedido por uma escadaria nobre, encontra-se bastante descaracterizado. Merece ainda atenção, o espaço em oval da primitiva capela, decorado com mármore rosa, actualmente ocupado pelo Instituto Português de Arte Cinematográfica e Audiovisual.
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