Património Material
Mercado Municipal de Loulé
O Mercado Municipal de Loulé foi inaugurado no dia 27 de junho de 1908, altura em que a Câmara Municipal era presidida por José da Costa Mealha. O edifício foi construído segundo projeto do Arquiteto Alfredo Costa Campos, de Lisboa, embora o mesmo projeto tenha conhecido algumas alterações desde o documento inicial de 1903 que por sua vez já tinha por base um outro projeto de 1898, cujo autor se desconhece.
A ideia de construir um mercado para o peixe, frutas e hortaliças era já antiga e consensual, no entanto, a sua localização e o número de mercados a construir não reunia o consenso dos louletanos. A rivalidade era sentida sobretudo entre a Freguesia de São Sebastião e a Freguesia de São Clemente.
Segundo os jornais da época existiam diversas propostas quanto à localização do Mercado.
Em 1891, a Câmara Municipal encomendou ao Construtor de Obras Públicas de Faro um projeto para o mercado de venda de peixe. Esse mercado seria construído junto ao Largo de Chafariz (atual Largo D. Afonso III) e consistia numa planta retangular com 33 metros de comprimento e 19,5 metros de largura, tinha 60 bancas com um metro quadrado cada e nove compartimentos para arrecadações.
Este projeto não foi concretizado mas reflete a preocupação da Câmara relativamente à venda do peixe por ser a mesma que arrancava mais críticas aos louletanos.
Após uma longa discussão, a Câmara decide então, em finais do século XIX, construir o Mercado ao lado do edifício dos Paços do Concelho e iniciam-se então as expropriações e respetivas demolições no início do século XX.
Em termos arquitetónicos, o mercado adotou o estilo revivalista de inspiração árabe com quatro pavilhões e quatro portões de acesso.
Porém, a Câmara não tinha grande disponibilidade financeira naquele momento e a verba disponível era insuficiente para a execução da totalidade do projeto. Nesse sentido, foi pedido ao arquiteto que fizesse algumas alterações no projeto, as quais foram apresentadas em 1905 e que visavam basicamente a ala sul do Mercado, nomeadamente retirando dois torreões e algumas lojas para além de todos os azulejos do revestimento. As obras foram adjudicadas em 22/06/1905 a José Francisco dos Santos que as concluiria em 1908.
A partir deste momento e ao longo da sua existência o Mercado de Loulé tem sofrido diversas obras de melhoria, ampliação e remodelação.
Em 1933 o técnico de Arquitetura João Baptista Mendes, autor dos projetos do Cine-Teatro Louletano e do Salão Nobre dos Paços do Concelho, fez um projeto de ampliação do Mercado, contudo as grandes obras de ampliação só foram feitas no princípio dos anos 80, e, mais recentemente, a partir de 2004. Esta última ação de remodelação do Mercado implicou a construção dos dois torreões que constavam no projeto de 1905, a reabilitação integral das fachadas, a reforma das estruturas metálicas existentes, a substituição da estrutura em betão armado da ala sul por estrutura metálica e todo um conjunto de melhorias nas zonas de venda ao nível das condições de funcionamento e das redes técnicas do mercado. Após estas obras, o Mercado de Loulé reabriu a 1 de Fevereiro de 2007, para as mesmas funções para que fora concebido no início, mas mais moderno, com melhores condições de higiene e segurança e visando cada vez mais atrair o turismo para aquele que é o ex-libris da cidade de Loulé.
Segunda-feira a Sábado: 6h30m – 15h00
Encerrado ao Domingo e em alguns feriados.
BATISTA, Patrícia Santos, Mercados Públicos - Motores de Desenvolvimento Local: O Mercado Municipal de Loulé 1908-2008. Loulé, Câmara Municipal, 2008.