Património Material
Marco de légua no sítio denominado Casal do Canha
Este Marco de Légua assinala um dos locais da linha da Mala-Posta Carregado - Coimbra, aberta em 1854 e com um percurso diário entre as duas localidades. Encontra-se encimado por um remate em bola, um relógio de Sol e numa das faces uma inscrição e uma coroa real. A inscrição diz o seguinte: "N. VII LEGOA/ D. MARIA I/ RAINHA FIDELISSIMA DE PORTUGAL/ NOSSA SENHORA/ PIA ILUSTRE MEMORÁVEL/ PARA UTILIDADE PÚBLICA/ MANDOU DEMARCAR COM ESTE PADRÃO/ AS LEGOAS DA CIDADE DE LISBOA CAPITAL/ DO REINO PARA AS PROVÍNCIAS COM/ DISTÂNCIA DE TRÊS MIL OITOCENTOS E/ QUATRO PASSOS GEOMÉTRICOS/ SENDO INSPECTOR GERAL DAS ESTRADAS REAIS E OBRAS PÚBLICAS DE RIBATEJO/ D. JOSÉ LUIS DE MENESES CONDE DE VALADARES/ NO ANNO DE MDCCLXXXVIII/ UNDECIMO DESTE FELICISSIMO/ REINADO." Em Setembro de 1854, abriu-se o concurso para o estabelecimento de uma carreira diária de Mala-Posta entre o Carregado e Coimbra. No ano seguinte, após estarem resolvidos os problemas de instalação, é publicado o "Regulamento Provisório para o Serviço das Carruagens Malas-Postas entre o Carregado e Coimbra". Neste diploma estabelece-se que entre estas duas localidades se criava um sistema de 14 estações de muda, em que as duas primeiras seriam as do Carregado e de Ota. O trajecto era balizado e assinalado por marcos de pedra. O início da carreira, para quem partia de Lisboa, fazia-se na primeira parte do trajecto no vapor da Companhia dos Barcos a Vapor do Tejo. A saída do vapor de Lisboa fazia-se às sete e meia da manhã e era feito rio acima até à Vala do Carregado. Daí partia a Mala-Posta ao meio dia em ponto. A paragem na Ota era às 13h30, com um pequeno descanso de 10 minutos. A partir desta estação continuava a viagem até Coimbra com a duração de 23 horas para transpôr uma distância de 189 km.
MELO, António de Oliveira, GUAPO, António Rodrigues e MARTINS, José Eduardo, "O Concelho de Alenquer - Subsídios para um Roteiro de Arte e Etnografia", Vol. I, Comissão Municipal da Feira da Ascensão de Alenquer e Associação para o Estudo e Defesa do Património de Alenquer, Alenquer, 1984.