Património Material
Igreja do Mosteiro de S. Salvador de Paço de Sousa
Antigo mosteiro beneditino, na origem misto, de tipo familiar, cuja fundação é anterior a 994, sendo atribuída a Tructesendo Galindes. |
Sagrada em 1088, a igreja passou por várias fases construtivas ao longo dos séculos XII, XIII e XIV, com mudanças no programa construtivo e soluções arquitectónicas de cronologia diversa.
Encontram-se ainda alguns elementos do templo pré-românico reaproveitados na igreja e espalhados pelo claustro, que marcam a existência do templo fundado pelos patronos do mosteiro, nomeadamente fragmentos de frisos, impostas e colunelos com decoração vegetalista.
A fase mais recuada do edifício românico está patente no portal axial virado a Poente, onde a cachorrada arcaica e a decoração dos capitéis remete para finais do século XII e princípios do seguinte.
A igreja apresenta um corpo dividido em três naves de três tramos, atravessadas por um pequeno transepto e arco-diafragma, para onde se abrem as capelas laterais da cabeceira, obra já dos princípios do século XIV, inspirada na arquitectura mendicante de feição goticizante. Na fachada Sul da igreja desenvolve-se o claustro barroco.
Nesta igreja encontra-se o túmulo de Egas Moniz de Ribadouro, o "Aio" de D. Afonso Henriques, patrono do mosteiro. É talvez o exemplo mais representativo dos edifícios românicos classificados como Monumento Nacional no município de Penafiel, e no contexto da arquitectura românica da bacia do Sousa e Baixo Tâmega, tido como modelo padronizador do românico nacionalizado.
Após o grande incêndio que destruiu o interior do templo em 1927, a intervenção levada a cabo pela D.G.E.M.N. retirou-lhe todos os elementos renascentistas e barrocos presentes.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.