Património Material
Igreja do Convento dos Capuchos
Convento fundado em 1570 pelos Religiosos Capuchos da Província de Santo António, no actual Campo dos Mártires da Pátria. Dele só resta a igreja sagrada em 1579 que agora pertence ao Hospital dos Capuchos, e que inicialmente era precedida por uma alameda ladeada de frondosas árvores de que permanecem alguns vestígios.
A fachada de estilo maneirista (parcialmente oculta por duas grandes palmeiras), apresenta um portal de arco abatido defendido por grades de ferro forjado. A galilé é coberta de abóbada abatida e forrada de azulejos historiados do 2º quartel de setecentos. As esculturas das paredes laterais e a abóbada são um pouco posteriores. Por cima do portal abrem-se três grandes janelas que iluminam o coro. A coroar a fachada está um frontão triangular.
O interior é de nave única com cobertura abobadada de canhão de volta perfeita, com capelas laterais profundas e intercomunicantes. A abóbada da nave e do coro são decoradas com pinturas monocromáticas. Os arcos das capelas e do arco triunfal da capela-mor são de volta perfeita, com pinturas a imitar embutidos de mármore setecentistas. Sobre o arco triunfal abre-se um óculo oval que ilumina o transepto e janelas estreitas iluminam as capelas laterais. A capela-mor é profunda e ladeada por altares de cabeceira, tem cobertura em canhão de volta perfeita com estuques.
A igreja foi despojada do seu recheio, restando apenas as teias de madeira do Brasil e um lambril de azulejos setecentistas azuis e brancos, provenientes de diversas oficinas. No claustro foram poupados os azulejos do rodapé, datados da primeira metade do séc. XVIII. Uma porta entaipada ornada por um frontão permitia a subida para o púlpito. Num átrio mais recuado encontra-se a boca oitavada de uma cisterna, revestida de azulejos azuis e brancos da segunda metade do séc. XVIII, com desenhos ornamentais, e que serve de plinto a um relógio de sol de três quadrantes, de 1586.
ALMEIDA, D. Fernando de [dir], Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Segundo Tomo, Junta Distrital de Lisboa, 1975.