A igreja do início de setecentos, foi edificada sobre as ruínas de uma antiga ermida construída em memória do "milagre das cruzes" onde, segundo a tradição, um sapateiro de nome João Pires, em 1504, teria tido a visão de uma cruz negra desenhada no chão. Este relato encontra-se gravado em duas cartelas que ladeiam a porta principal de acesso ao templo.

A igreja é de planta octogonal, com quatro paredes rectas e as restantes convexas, demarcadas nos ângulos pelas pilastras em granito, e pelo entablamento com platibanda superior que circunda o edifício,e encimada por balustrada com pináculos. Apresenta uma cúpula granítica encimada por lanternim e uma torre sineira, igualmente de granito, eleva-se na fachada principal, sendo o portal encimado por óculo.

No interior, em planta de cruz grega (com leve alongamento longitudinal para o átrio e altar-mor), salientam-se azulejos setecentistas, altares de talha barroca, orgão com varandim também em talha e oito painéis em tela.

GIL, Júlio e CALVET, Nuno, As mais belas Igrejas de Portugal, vol. I, Verbo, 1988.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.