A Igreja de São Francisco de Paula, fundada em 1719, por Frei Ascenso Vaquero, constitui um exemplar dos edifícios sacros da época josefina.
A fachada, da autoria do arquitecto Inácio de Oliveira Bernardes, é composta por três corpos verticais, delimitados por pilastras, e rematada por torres, com o risco do arquitecto/cenógrafo Giacomo Azzolini. O portal, onde se desenham consolas com lavores, conjuga-se com um arco recortado, inscrito no centro da fachada, rematado por pedra de armas de D. José I. Um escadório coberto dá acesso ao espaço interior.
No edifício de uma só nave, com coro, inscrevem-se seis capelas laterais em talha dourada. A cobertura é de madeira decorada por composição cenográfica com representações de S. Miguel Arcanjo numa corte de anjos e de figuras alegóricas articuladas com festões, concheados, grinaldas e fingimentos de arquitectura - da autoria de Inácio de Oliveira Bernardes e Francisco Pais. O túmulo da rainha D. Mariana Vitória, a cujas expensas se ficou a dever a reforma do edifício em 1757, é em mármore, esculpido por Machado de Castro, e articula-se com os altares. Os painéis sobre tela completam o conjunto, destacando-se as pinturas de Francisco Vieira Lusitano, no primeiro altar da esquerda, com a representação de "Santo António a pregar aos peixes", e na capela-mor, com "S. Francisco a receber os estigmas". A tela de Inácio de Oliveira Bernardes com a "Sagrada Família", inscreve-se na segunda capela do lado esquerdo. O conjunto completa-se com a tela de "Nossa Senhora da Conceição", por Joaquim Manuel da Rocha, no terceiro altar do lado direito.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, Carlos Quintas & Associados - Consultores, Lda., 1994.