Trata-se de um templo setecentista que é precedido por um amplo alpendre, cuja entrada possui um arco de volta inteira. Em cima pode ver-se um relógio de sol datado de 1738. A porta principal mostra as insígnias (mitra e báculo) relativas ao orago, e a data de 1732. Adossada à fachada está uma torre sineira de quatro ventanas e coruchéu, rematado por um cata vento de ferro, com a representação de um galo.

O interior de uma só nave possui um arco triunfal de traça manuelina, ornado na sua face interior, por bagas de papoila, e na sua superfície exterior, por decoração torsa. Encontra-se totalmente revestida de azulejos seiscentistas azuis e amarelos; o tecto de berço, tem pinturas setecentistas. Na capela-mor pode ser admirado um painel sobre madeira, representando o Calvário, obra atribuída à escola de Bruges, do princípio de quinhentos. O retábulo é dos finais de seiscentos. De salientar, ainda, uma pia de água benta, hexagonal e de gomos, e uma imagem de Santa Luzia em pedra, ambas do período quinhentista.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

LUCENA, Armando de, Monografia de Mafra, [Mafra], Comissão Municipal de Turismo, [1944].

VILAR, Maria do Carmo, "Carta do Património do Concelho de Mafra: 1. O Manuelino" in Boletim Cultural '94, Mafra, Câmara Municipal de Mafra, 1995.