Um dos mais representativos templos em Portugal da arquitetura paroquial dos finais do séc. XIII e início do séc. XIV, a Igreja de Santo André tem traça românico-gótica e foi alvo de recentes obras de restauro.

É composta por dois volumes, o corpo da igreja de planta retangular, e a capela-mor octogonal. A fachada principal mostra o portal, com arcos ogivais assentes em três colunas com ábacos retangulares e capitéis trabalhados; encontra-se incorporado num corpo saliente de cantaria, sobrepujado por um pequeno óculo.

À entrada estão as sepulturas do senhor de Mafra, Diogo de Sousa (falecido em 1344), neto de D. Dinis, e de sua mulher, Violante Lopes Pacheco, irmã de Diogo Lopes Pacheco (um dos homens que esteve implicado no assassinato de Inês de Castro). O alçado lateral direito mostra um pórtico também com arcos góticos e colunas cujos capitéis apresentam motivos vegetalistas.

O interior é de três naves de quatro tramos, divididas por arcos ogivais chanfrados que assentam em pilares com capitéis lavrados. A capela-mor é precedida por um arco triunfal de três arquivoltas e tem abóbada de cantaria com dois fechos de nervuras.

Segundo a tradição, teria sido pároco desta igreja Pedro Hispano, que chegaria a papa sob o nome de João XXI.

ALMEIDA, José António Ferreira de [orientação e coord.], Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1976.

FERREIRA, Guilherme Luís Santos, "Igreja de Santo André" in O Correio de Mafra, Mafra, 3 de Dezembro de 1903.
Idem, Ibidem, 10 de Dezembro de 1903.
Idem, "Mafra antiga" in Diário de Notícias, Lisboa, 8 de Setembro de 1927.

GANDRA, Manuel J., Bibliografia Mafrense: I. Arqueologia, Mafra, Edição do Autor, 1993.
Idem, Mafra, da reconquista ao foral de 1513, Mafra, Câmara Municipal de Mafra, 1989.

IGREJA DE SANTO ANDRÉ, in Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 36, Porto, Ministério das Obras Públicas e Comunicações, 1944.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.