Património Material
Igreja de Santa Marta
Edificada no séc. XVI, desta época apenas subsiste a abóbada armoriada, decorada com o escudo de armas de Garcia de Resende (possivelmente o seu padroeiro). As paredes encontram-se revestidas por silhares de azulejos policromos do séc. XVII, de tipo tapete.
Possui, ainda, três altares em talha dourada, de estilo barroco, os laterais dedicados a Santo André e ao Calvário e o principal aos titulares congregados e da corporação secular: Santa Marta e S. Pedro, Papa. Este mantém o retábulo de 1713, executado a expensas da Irmandade das Almas, pelo mestre entalhador eborense Inácio de Faria, sob testemunho tabelionário de Manuel Duarte, também ensamblador.
Na sacristia encontra-se uma pintura em tela que representa a "Ceia em Emaús", uma obra atribuída a Bento Coelho da Silveira, de cerca de 1700.
O Recolhimento de Santa Marta foi instituído em 1490, no antigo solar dos Estaços, integrado na Ordem Dominicana, tendo dado origem aos fundamentos do convento de Santa Catarina de Sena, que os condes de Vimioso patrocinaram em 1547. Desapareceu completamente em 1900, com a sua interessante igreja e claustro da Renascença, erguidos pelo mestre de pedraria eborense Manuel Pires.
Foi, igualmente, denominado "beatério", no reinado de D. João IV, Soror Ana de S. José solicitou a integração da comunidade na regra calçada teresiana e, no ano de 1661, em concordância com o cabido da Sé, no templo e dependências construídas para o efeito se instalou a Irmandade das Almas do Clero de Évora.
ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.