Património Material
Igreja de Santa Clara
Igreja fundada em 1416 pelo bispo D. Fernando Guerra. Apresenta um estilo gótico-manuelino nos basamentos, capitéis, arcos e pilastras, e no florão. Os medalhões, o entablamento e a decoração do friso testemunham vestígios da renascença clássica.
Antecede a entrada um pátio lajeado, não sendo o actual portal o original. O frontal que serve de remate a esta entrada, as pirâmides laterais, as ameias e os nichos (com imagens de pedra pintada de S. Francisco e de Santa Clara) são da 2ª metade do séc. XVIII.
O belo portal do convento (1697), de tradição renascentista, apresenta: colunas salomónicas, capitéis coríntios, cornija de modilhões lavrados, nicho com a Virgem da Conceição, e um frontão interrompido pelas armas reais.
O interior, de uma só nave ricamente revestida a talha dourada, deixa ainda perceber a estrutura gótica original. A decoração da Igreja da Santa Clara é da 1ª metade do séc. XVII, à excepção dos azulejos que a revestem e que são do séc. XVIII.
Apresentam-se de forma brilhante as talhas dos retábulos, do tecto da capela-mor e do altar-mor, tendo sido o painel deste último concebido por Joaquim Rafael.
O tecto da nave é pintado e repleto de rosetões e ornatos soltos em talha.
Junto à porta destaca-se a pia baptismal gótica.
Entre a imaginária presente merece destaque a escultura em madeira da Virgem.
Em 1956: foi levada a efeito a primeira reparação do telhado e trabalhos de restauro nos quadros do coro. No ano seguinte realizavam-se os trabalhos de restauro e deslocação dos vãos de cantaria da fachada do corpo anexo.
Em 1958/59: seguiu-se o restauro do acesso ao coro e a finalização de trabalhos anteriores.
Em 1960: trabalhos de conservação e restauro.
Em 1961 concluiu-se o tecto do rés-do-chão do anexo utilizando revestimento de placa de betão. Após cinco anos tiveram lugar as obras de drenagem do adro e a pintura de portas.
Em 1968 consolidação dos altares de talha, ligeiramente fracos, na nave.
De 1971 a 1995: foram feitas várias valorizações: reparação das coberturas dos telhados; substituição da caixilharia exterior e consolidação parcial do pavimento das galerias sobre o coro; reconstrução do telhado da galeria do lado N e limpeza dos vãos da cobertura; limpeza de talhas e de telhados, reparação e conservação da instalação eléctrica; valorização do pavimento da nave e capela-mor.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.
PORTO A PATRIMÓNIO MUNDIAL: Processo de candidatura da Cidade do Porto à classificação pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade - 1993, Câmara Municipal do Porto, 1993.