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Património Material

Igreja de Santa Catarina

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
Decreto nº 5046 de 30-11-1918, publicado a 11-12-1918
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XVII)
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Barroco, Rocócó
Descrição

A Igreja de Santa Catarina, também conhecida como dos Paulistas foi fundada pelos religiosos de São Paulo da Serra de Ossa, em 1654. Encontra-se adossada, pelo lado oeste, ao antigo edifício conventual, cuja fundação remonta ao ano de 1647.

A igreja tem planta longitudinal composta em cruz latina, com nave única. A fachada principal, voltada a sul, é formada por três corpos distintos, delimitados lateralmente por duplas pilastras. O corpo central tem dois andares, é encimado por frontão e rematado por duas torres decoradas com balaústres. Na fachada principal destaca-se a arcada tripla, sendo o portal central ladeado por pilastras e encimado por frontão triangular interrompido pelo emblema do Santíssimo Sacramento, que se repete no arco-cruzeiro, no interior. O portal da esquerda dá acesso à antiga portaria conventual, onde se inscrevem painéis de azulejos seiscentistas historiados, sendo a cobertura abobadada, com pintura ornamental a fresco; um arco abatido permite passar aos corredores e escadarias do antigo convento. A escadaria, com corrimão de mármore e cobertura de abóbada de aresta abatida faz ligação a um pátio - antigo claustro do convento. Uma companhia da GNR e uma biblioteca ocupam actualmente o espaço do extinto convento.

No segundo andar desenham-se três janelas: a do centro tem um emolduramento decorado com enrolamentos e é coroada por frontão curvo interrompido; as laterais tem um emolduramento simples e são encimadas por frontão triangular interrompido. Nos alçados laterais desenham-se janelas que conferem luminosidade ao espaço interior. Na igreja destaca-se a capela-mor, de planta rectangular, com a sua combinação de talha com pintura, escultura, teia de pau-santo e colunas de mármore. O altar-mor é composto por colunas salomónicas, sobre mísulas apoiadas por anjos; o retábulo, da autoria de Santos Pacheco, destaca-se pela sua grandiosidade. Oito capelas, pouco profundas, de invocação diversa, definem o espaço interior. No cruzamento do transepto com a capela-mor inscrevem-se dois púlpitos cobertos em madeira talhada; no transepto, onde se rasgam duas capelas, predomina a talha e pinturas seiscentistas. Na nave, coberta por abóbada de arco abatido, desenha-se um conjunto de medalhões e painéis articulados com concheados, folhagem e festões, construídos em estuque, representando a Santíssima Trindade da autoria de João Grossi e Toscanelli. Na parede do lado esquerdo, pode-se observar o orgão de tipo português sustentado por mísulas. O coro com uma maquineta em talha expõe Jesus Cristo. No corpo da igreja está sepultado Deniz de Melo e Castro e na capela-mor Frei Pedro da Soledade Prez. Na sacristia destacam-se os arcazes com os retábulos, painéis e quadros pintados sobre cobre.

O edifício constitui na sua singularidade formada pela arquitectura articulada com a decoração interior, talha joanina e estuque maneirista, um exemplar da combinação barroca, rocaille e rococó.

Morada
Calçada do Combro, 82
1200-115 Lisboa
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, Carlos Quintas & Associados - Consultores, Lda., 1994.

ALMEIDA, Fernando de (dir.), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Primeiro Tomo, Lisboa, 1973.

Data de atualização
07/11/2024
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