"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Igreja Matriz de São Pedro

Distrito: Faro
Concelho: Faro

Tipo de Património
Património Material
Proteção Jurídica
Diário da República, 2.ª série — N.º 30 — 12 de fevereiro de 2014
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderno, Contemporâneo
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Renascença, Maneirista, Barroco
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Escultura, Mobiliário, Paramentaria, Pintura, Talha
Uso atual
Culto religioso
Descrição

A primitiva ermida medieval foi reconstruída por pescadores em 1518. Sessenta anos mais tarde, a ermida foi ampliada, tornando-se igreja paroquial.

Esta igreja foi muito danificada pelo terramoto de 1755 e pelo furacão de 1757, tendo as obras de recuperação dado origem a profundas alterações arquitetónicas, salientando-se nessa intervenção os aspetos revivalistas, nomeadamente o esquema da arquitetura chã dos finais de quinhentos. A fachada é sóbria e o seu pórtico é renascença, ladeado por duas pilastras jónicas, com colunas caneladas.

O interior é composto por três naves, divididas em quatro tramos definidos por amplos arcos de volta inteira, suportados por sólidas colunas dóricas com largos ábacos. As paredes encontram-se revestidas por um silhar de azulejos policromos do séc. XVIII. A nave central é mais elevada, com tetos de madeira, capela-mor e colaterais abobadadas. Não tem transepto mas tem capelas de topo. Ignora-se quem foi o seu arquiteto mas aí poderá ter trabalhado Diogo Pires. O coro tem grandes dimensões e ocupa o primeiro tramo. No subcoro encontra-se o quadro da Última Ceia, muito bem iluminado, pintura que pertenceu ao refeitório do seminário.

A capela-mor tem uma cobertura em abóbada de berço dividida em dezasseis grandes caixotões, e um notável retábulo maneirista em talha dourada, construído entre 1681 e 1689, considerado uma das primeiras manifestações onde se ensaiaram as formas barrocas. O corpo central é desenhado como se se tratasse de um portal, rematado por um frontão interrompido, estando no tímpano a figura esculpida de Deus Pai. No centro do retábulo, uma grande tela representa a Imaculada Conceição. Nas paredes laterais estão pinturas vindas do Seminário e sob o arco triunfal encontra-se uma bela escultura de Cristo na Cruz. Sobre o mesmo arco está um óculo de forma circular.

Em distintas épocas foram acrescentadas ao corpo da igreja algumas capelas que enriquecem o seu amplo espaço, de equilibradas proporções. Nas sete capelas, além da ábside, existem notáveis obras de arte enquadradas por diversos tipos de ornamentação.

A capela das Almas encontra-se totalmente revestida por belos painéis de azulejos azuis e brancos, do séc. XVIII, com as figuras da Virgem Maria, S. Miguel, S. Francisco e outras de santos que auxiliam as almas a libertar-se, vendo-se também um nicho escavado com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte. O retábulo de talha é da autoria de Manuel Martins (1719), assim como o arco posterior (1729).

O retábulo, a talha dos alçados e do arco de entrada da Capela do Santíssimo foram encomendados pela Confraria do Santíssimo, em 1748, a Tomé da Costa, Francisco Xavier Guedelha e João Batista, mestres que trabalhavam de parceria. Estes eram continuadores da oficina do grande escultor Manuel Martins, tendo realizado obras de grande qualidade artística, nomeadamente nesta capela. Esta é inteiramente revestida de talha barroca do séc. XVII, apresentando no tímpano do retábulo um belo baixo-relevo policromo e dourado, do séc. XVIII, com a representação da "Última Ceia", inscrita num valioso molduramento, numa profusão de anjos de diferentes tamanhos, no meio de elementos vegetalistas e geométricos. O topo apresenta dois anjos que amparam uma cartela com os símbolos eucarísticos. Nesta capela também se encontra um belo tabernáculo e as esculturas de Nossa Senhora do Ó, Santa Bárbara e Santa Ana, esta última atribuída a Machado de Castro e, possivelmente, trazida do Colégio dos Jesuítas, após a expulsão dos mesmos, em 1759.

Na antiga capela do Calvário está um Apostolado e a imagem do Senhor dos Passos e na capela de Nossa Senhora da Conceição encontra-se um retábulo do séc. XVIII, com as imagens da Santa e de S. José, o qual esconde as primitivas nervuras da abóbada do séc. XVI.

No invulgar retábulo barroco de Nossa Senhora da Vitória estão esculturas do séc. XVII - Virgem Maria, S. Vicente, S. Pedro Gonçalves - sobre fundo de tela pintada. O arco da capela é sustentado por colunas coríntias.

A antiga capela de Santa Luzia, atualmente denominada de Nossa Senhora de Fátima, guarda o mais antigo dos retábulos, em estilo maneirista.

O interior desta igreja encontra-se, igualmente, enriquecido com dois belos púlpitos com dossel e duas notáveis pias de água benta: uma assenta numa mísula e a outra, original, tem escavada a taça, na parte superior, num capitel compósito de jaspe.

Na sacristia encontra-se um arcaz de boa qualidade, decorado com embutidos, o qual guarda dois jogos de ricos paramentos (bem conservados), um vermelho, de veludo bordado a ouro, do séc. XVI, e outro do séc. XVIII. De salientar, igualmente, uma bela mesa de pedra, algarvia, e uma notável tábua quinhentista representando o "Descimento da Cruz".

A classificação da Igreja de São Pedro, matriz de São Pedro, reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico ou religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva.

A zona especial de proteção (ZEP) tem em consideração a implantação do imóvel e as características da sua envolvente. A sua fixação visa assegurar a salvaguarda do mesmo na evolução do tecido urbano, garantindo o enquadramento e as perspetivas da sua contemplação.

Núcleos mais importantes

Imagem de Santa Ana atribuída a Machado de Castro. Dois belos púlpitos com dossel e duas notáveis pias de água benta: uma assenta numa mísula e a outra, original, tem escavada a taça, na parte superior, num capitel compósito de jaspe. Na sacristia encontra-se um arcaz de boa qualidade, decorado com embutidos, o qual guarda dois jogos de ricos paramentos (bem conservados), um vermelho, de veludo bordado a ouro, do séc. XVI, e outro do séc. XVIII.

Modo de funcionamento

Visitas:
segunda-feira a sexta-feira | 8:30h - 12:00h e 15:00h - 18:00h
sábado | 9:00h - 12:00h e 15:00h - 18:00h
domingo | 9:30h - 11:00h

Horário de culto:
terça-feira a sábado às 18:00h; domingo às 11:00h

Morada
Largo de S. Pedro
8000-145
Faro
Telefone
289 805 473
Bibliografia
ALMEIDA, José António Ferreira de - orientação e coordenação, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1982.

LAMEIRA, I. C. Francisco, Faro: Edificações Notáveis, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1995.

PAQUETE, Manuel, "Dossier Algarve II", in Turismo Cultural, nº 5, II Série, Amadora, Abril/Maio/Junho 1992.

Data de atualização
02/07/2014
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "Memória"

Em parceria com a Films4You, oferecemos convites duplos para a antestreia do drama emocional protagonizado por Jessica Chastain, "MEMÓRIA", sobre uma assistente social cuja vida muda completamente após um reencontro inesperado com um antigo colega do secundário, revelando segredos do passado e novos caminhos para o futuro.

Visitas
93,722,808