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Património Material

Igreja de S. Miguel de Urrô

Distrito: Aveiro
Concelho: Arouca

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
Decreto nº 38491 de 06-11-1951.
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Românico
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Escultura, Talha
Descrição

O seu titular é S. Miguel e é hoje a igreja paroquial de Urrô. Encontra-se num ponto alto e tem uma origem medieval. Pensa-se ter sido reconstruída cerca de 1728, pois todo o seu aspecto é dessa época.

Trata-se de um edifício simples, só se destacando dos restantes da região pela sua galilé com três arcos; no entanto, esses arcos, um frontal e dois outros, um de cada lado, são elementos correntes num grande número de ermidas do centro do país. Sobre o arco da frente foi erguido um campanário em granito, de duas janelas, sem harmonia construtiva com a parte inferior.

Nota-se pela robustez dada a essa parede que os modestos construtores não tinham pensado num projecto diferente deste, que era de átrio coberto de telhado e campanário frontal. Possivelmente lembraram-se deste conjunto só após ter sido levantada a frontaria e não souberam harmonizar esses dois elementos sem prejudicarem a janela do coro. Assim, a obra ficou incompleta e com um ar pitoresco devido à rudez da construção.

Ambas as portas, principal e lateral, apresentam uma forma rectangular e simples. As frestas de iluminação são poucas e estão irregularmente colocadas; têm duplo alargamento uma fresta na frontaria, outra na parede do lado direito do corpo e duas, opostas, na capela-mor.

O restante conjunto engloba: arco-cruzeiro (muito simples); pequena sacristia do lado direito; altar-mor sobre patamar com os degraus de acesso entalados a meio; duas colunas mal proporcionadas, com beneditérios envolventes, a sustentar o coro alto; escada de acesso ao púlpito e ao coro aberta abruptamente na espessura da parede. A pia baptismal é oitavada, simples e anterior à obra arquitectónica. Os tectos são simples, sendo o da capela-mor liso e o da nave às quartelas de pouco relevo, com rudes tirantes de madeira.

Existem cinco retábulos de madeira entalhada, de várias épocas, com diversas acomodações e de simples execução. Alguns foram dourados de novo e apresentam bom aspecto no conjunto.

O retábulo da capela-mor é do final do séc. XVII, da fase inicial de D. Pedro II, do tipo plano, com duas colunas torsas, com parras, de cada lado, deixando espaço intermédio para escultura, completando-se com dois arcos mais finos que as colunas mas de igual tipo. Os rebordos do vão e os degraus do camarim pertencem à reforma do séc. XVIII.

Os dois retábulos colaterais, do arco-cruzeiro, são completados por uma zona de talhas que reveste toda a parede envolvente daquele. Esta talha é pouco homogénea e há alguns anos foi retirada e completada por diversos elementos. Os retábulos também tiveram complementos; têm duas colunas torsas e com parras, de remate semicircular, onde há um arco espiralado. O da esquerda remonta ao primeiro terço do séc. XVIII; o do outro lado mostra muitos elementos que deverão ser acomodações.

Os dois retábulos metidos nos flancos do corpo, de tipo reentrante, são do séc. XVIII, na fase de D. João V, cada um com quatro colunas torsas, envolvidas por grinaldas mas ainda na sugestão da envolvência anterior; remata com um dossel e anjos trombeteiros metidos dentro da tarja envolvente. O retábulo do lado esquerdo é mais homogéneo, tendo o outro sofrido alterações.

Salienta-se uma "Senhora com o Menino", obra comum mas com grande graciosidade, em madeira, do séc. XVIII.

No adro, à entrada, encontra-se um Cruzeiro de pedestal e coluna de tipo toscano, com uma pequena cruz, reformado na época da balaustrada do adro, parecendo ler-se a data de 1664.

Estado de Conservação
Morada
Largo da Igreja, Urrô
4540-659
Arouca
Telefone
(+351) 256 944 230
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.
Data de atualização
22/07/2010
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