Património Material
Igreja de S. Manços
Esta igreja encontra-se assente num mausoléu romano e aproveita parte das suas estruturas. Foi fundada por Baltazar Vieira, com autorização da cúria e da Câmara de Évora, por particular devoção e exprimindo o fervor tradicional da população a São Manços, nessa época considerado o 1º bispo da diocese.
Trata-se de um edifício do séc. XVI, remodelado no séc. XVII, o qual mantém a decoração original. A nave tem planta quadrangular, tecto pintado com ornatos de brutescos, anjos trombeteiros, cariátides e elementos naturalistas, dominados pelo emblema patronímico. As paredes encontram-se revestidas por silhares de azulejos policromos, de tipo maçaroca de milho, altar retabular de talha dourada, de estilo maneirista, com fustes coríntios, estriados, e quatro pequenos painéis pintados a óleo sobre tela, representando os passos fundamentais da vida e martírio de S. Manços.
O local encontra-se conotado com o culto a São Manços, documentado desde o séc. VII d.C.. Importante vestígio que assinala este culto é o diploma escrito em pergaminho iluminado, comprovando o auto de trasladação das relíquias do mártir para a catedral de Évora, do mosteiro de Sahagun, em Espanha, autorizado por Filipe II, em 1596.
No exterior, encontra-se a antiga coluna de pedra que assinala o lendário episódio de açoitamento do santo, provocado pelo pretor romano Valídio, perseguidor dos cristãos na província da Lusitânia.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.