Património Material
Igreja de S. Julião, Matriz de Mangualde
O seu nome completo é Igreja Matriz de S. Julião de Azurara e é o monumento mais venerado da freguesia de Mangualde. Esta igreja é anterior à fundação portuguesa e teve origem num mosteiro rural, doado em 1103 por Pedro Sesnandes à Sé de Coimbra. No interior salienta-se a capela-mor, com rica talha dourada e quadros sobre madeira, dos sécs. XVII e XVIII. O retábulo é formado por quatro colunas laterais pseudo-salomónicas, revestidas de folhagem de vinha, sendo um dos mais típicos e puros exemplos da arte religiosa setecentista, existentes não só na diocese de Viseu, mas no país. Cinco tábuas de pintura, emolduradas em talha dourada, representam passos da vida de Cristo e da Virgem, e compõem o apainelado das paredes laterais; são o que resta de um anterior retábulo maneirista, pintado em 1635 por António Vieira. O tecto é formado por 18 caixotões com molduras e florões dourados, figura o Apostolado, doutores da Igreja, a Virgem Maria e S.Julião, em bustos vigorosos, com grande expressividade, pintados no primeiro quartel do séc. XVIII. No corpo da nave, aos lados do arco do cruzeiro, existem dois retábulos joaninos em talha dourada. Actualmente a igreja encontra-se em fase de restauro e só é visitada por alunos (de todos os graus de ensino).
Encontra-se desde 1991 em restauro, prevendo-se a sua conclusão durante o ano de 1994. São objecto de restauro as paredes, telhados, portas, janelas e chão.
ALVES, Alexandre, "A Igreja de S. Julião de Azurara, Matriz de Mangualde", Edição da Câmara Municipal de Mangualde, Mangualde, s.d.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. III, Lisboa, IPPAR, 1993.