Património Material
Igreja de São João Baptista, matriz de Moura
A Igreja de S. João Baptista foi edificada nos inícios do séc. XVI pelo arquitecto Cristovão de Almeida, constituindo o melhor exemplar de estilo manuelino existente no concelho. O templo tem três naves abobadadas, separadas entre si por oito arcos quebrados assentes em duas séries de pilares octogonais. A fachada principal possui um notável portal de colunas retorcidas rematado por conopial. Na torre sineira pode ainda ser apreciado o varandim (construído por João Morais no séc. XVII), de onde se deveria dizer missa para os reclusos da prisão situada defronte (actual edifício da P.S.P.). A capela-mor, coberta por uma abóbada de estrutura gótica, encontra-se rematada, nos pontos de convergência das nervuras por fechos onde se distinguem, entre outros elementos, as armas reais de D. Manuel, a esfera armilar, a cruz de Cristo, a cruz de Aviz. Junto à capela-mor situa-se a capela de Rui Lourenço da Silveira, doada a este fidalgo por D. João IV. Este donatário fez ali obras meritórias, de entre as quais avulta o revestimento de azulejos seiscentistas, que ainda hoje subsiste. Constituem, ainda, motivo de particular interesse, o púlpito em mármore finamente lavrado e os azulejos sevilhanos da capela-mor. A igreja sofreu derrocada parcial em 1708, tendo desabado o coro-alto e parte da nave central, o que obrigou à sua reconstrução. As obras prolongaram-se por dois anos, tendo-se verificado a reabertura do templo ao culto a 12 de Abril de 1710. A última grande campanha de restauro do monumento foi levada a cabo em 1940. A beneficiação geral do edifício, então efectuada, incluiu o arranjo interior do templo, a demolição de pequenas casas modernamente anexadas à igreja e a demolição do coroamento da torre sineira.