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Património Material

Igreja de S. Francisco

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Localização
Évora
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
16-06-1910, DG 136 de 23-06-1910
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Estilo(s)
Gótico, Manuelino, Mudéjar, Renascença, Maneirismo, Barroco, Rococó, Neoclássico
Uso atual
Religioso (igreja de confraria, irmandade) / Cultural e recreativa (monumento)
Proprietário/Instituições responsáveis
Privada: Igreja Católica
Equipa Técnica
Pároco: Padre Manuel Ferreira da Silva
Descrição


Classificada como monumento nacional, a Igreja de S. Francisco é uma das mais emblemáticas de Évora e onde se localiza a célebre Capela dos Ossos, macabra conceção fradesca completamente forrada por milhares de ossadas humanas recolhidas dos antigos cemitérios da cidade e também muito visitada por turistas.

Igreja imponente, mandada edificar por D. João II, no séc. XV (1480-1510), sobre um templo gótico de três naves, foi concluída durante o reinado de D. Manuel I.

Apesar de ter sofrido posteriores remodelações, é considerada um exemplo bem representativo do estilo gótico-manuelino da região. Nesta obra trabalharam os mestres Martim Lourenço, Afonso de Pallos, os Arrudas, Pero de Trilho e Diogo de Torralva, além dos pintores régios, flamengos e portugueses, dirigidos por Francisco Henriques.

A fachada encontra-se coroada por ameias chanfradas e coruchéus cónicos ou torsos, apresenta gárgulas zoomórficas e é antecedida por uma ampla galilé, coberta por uma abóbada de aresta. Esta ostenta uma cruz de Cristo e assenta sobre sete arcos diferentes, alguns de ferradura, o que lhe dá uma feição gótico-mourisca.

O portal, quinhentista, apresenta um mainel de coluna semitorsa, colunas e arcos manuelinos de mármore. Por cima está um escudo com o pelicano de D. João II e a esfera armilar de D. Manuel, mecenas deste monumental empreendimento.

O interior é majestoso, de nave única (36 m de comprimento, por cerca de 13 m de largura), com seis largos tramos, de aspeto majestoso e única no seu género no país, com planta em cruz latina e cobertura em abóboda de ogiva. Nas paredes da nave encontram-se curiosas capelas encaixadas entre os contrafortes e adornadas de talhas clássicas, barrocas e rococó.

A abside, que mantém a estrutura manuelina, recebeu em 1773 o novo altar-mor, esculpido em mármores alentejanos, na tradição clássica e executado a expensas do cónego António Landim Sande.

O cruzeiro está decorado com exemplares de pintura primitiva portuguesa, representando santos franciscanos e anjos-custódios de Portugal, atribuídos a Garcia Fernandes, assim como um políptico maneirista que representa o Calvário, de autoria do pintor eborense Francisco João. A imagem setecentista de S. Bruno veio do Convento da Cartuxa.

As paredes da capela da Ordem Terceira de S. Francisco estão revestidas por azulejos e telas com cenas historiadas, podendo ver-se aí um retábulo barroco, em talha dourada e policroma, com colunata salomónica, do séc. XVIII, executado pelo mestre entalhador lisbonense Manuel Nunes da Silva, segundo contrato de 1727.

A capela-mor, terminada no reinado de D. Manuel, mantém a cobertura de cruzaria ogival e as frestas primitivas, manuelinas, e as tribunas reais, em estilo renascença. É possível, igualmente, ver-se um monumental altar neoclássico, em calcário policromo, datado de 1773, que veio substituir o primitivo retábulo de pintura gótica, de Francisco Henriques e Olivier de Gand.

Encontram-se em ruínas o primitivo claustro gótico, de arcadas duplas geminadas, em mármore e granito, construído em 1376 pelo comendador de S.Tiago, Afonso de Morais, a ermida de S. Joãozinho, com um portal clássico e uma rara imagem do Anjo das Misericórdias e, finalmente, em anexo, a Capela dos Ossos.

Esta capela, edificada entre o final do séc. XVI e o início do séc. XVII, é uma macabra curiosidade dessa altura, local de oração e meditação da antiga comunidade franciscana. Compõe-se de três naves, separadas por colunas, totalmente revestidas por milhares de ossadas humanas recolhidas dos antigos cemitérios monásticos da cidade, durante a época filipina.

Em anexo está um lanço de um belo claustro gótico edificado em 1376, com o patrocínio de D. Fernando Afonso de Morais, cavaleiro da Ordem de Santiago. Em 1536, realizaram-se aqui as últimas Cortes da cidade de Évora.

A comunidade franciscana de Évora foi instituída no reinado de D. Afonso III, cerca de 1250, altura em que foi edificado o convento, o qual teve a proteção real de D. João I e dos seus sucessores. Em 1439, D. Afonso V obteve licença papal e da Ordem Franciscana para instalar no edifício o Paço Real, o que veio dar grandiosidade ao imóvel, na altura denominado "Convento de Oiro".

Núcleos mais importantes
Capela dos Ossos.
Modo de funcionamento

Horários
Aberto todos os dias exceto: 1 de janeiro; Domingo de Páscoa; 24 de dezembro à tarde; 25 de dezembro

OS HORÁRIOS ALTERAM NO DIA DA MUDANÇA DA HORA LEGAL
Hora legal de VERÃO das 9:00 às 18:30 (última entrada)
Hora legal de INVERNO das 9:00 às 17:00 (última entrada)

Eucaristias
Segundas a Sábados às 11:30
Domingos às 09:00 e às 12:00

Preços
Bilhete único para visitar a Capela dos Ossos, o Núcleo Museológico e a Coleção de Presépios
5,00€ Adulto
3,50€ Jovem até aos 25
3,50€ Senior maiores de 65
12,50€ Família 2 adultos + jovens

Marcação de Visitas em grupo
Os Guias-Intérpretes, Agências, Instituições ou Particulares que queiram entrar com prioridade devem marcar as visitas com antecedência.
São aceites marcações para grupos de 25 pessoas no máximo, com entradas às meias-horas, i.e. 9:00, 9:30, 10:00,… até às 18:00.
Os bilhetes devem ser comprados antes pelo responsável e o grupo deve apresentar-se há hora marcada, para entrar imediatamente.

Para mais informações contacte a Bilheteira pelo telefone 266 704 521 ou por email info@igrejadesaofrancisco.pt

Morada
Praça 1º de Maio
7000-650 São Pedro, Évora
Telefone
+351 266 704 521
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ALMEIDA, José António Ferreira de (orientação e coordenação), Tesouros Artísticos de Portugal, Selecções do Reader's Digest, Lisboa, 1982.
ALVES, Afonso Manuel, Évora a Cal e a Pedra, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1990.
ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.
Data de atualização
19/05/2022
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