Património Material
Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Em 1933, o projeto foi encomendado ao arquiteto Porfírio Pardal Monteiro, que no ano seguinte o desenvolveu com a ajuda de vários colaboradores. Construída a partir de 1936, foi inaugurada em 1938 e galardoada com o Prémio Valmor (Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura que distingue obras arquitetónicas na cidade de Lisboa) desse mesmo ano. A sua construção assinala uma mudança em toda a arte religiosa em Portugal.
É uma igreja de grandes proporções, construída em betão, com um interior espaçoso em que predominam as linhas direitas e as formas geométricas. Tem quatro vestíbulos em cada ângulo e três naves separadas por altos pilares de cantaria, estando a primeira ocupada pelo coro-alto, que é guardado por uma pintura da coroação da Virgem e encimado por um grande órgão, iluminado por vitrais.
A linguagem modernista de Pardal Monteiro é complementada pela ornamentação da igreja, para a qual foram contratados grandes artistas plásticos portugueses da época. Destacam-se os vitrais e os mosaicos do pintor Almada Negreiros, as pinturas murais de Lino António e Henrique Freitas e também as esculturas de Leopoldo de Almeida, Anjos Teixeira e Francisco Franco, sendo este último o autor das estátuas dos apóstolos na fachada principal.
Na época, o edifício suscitou viva polémica, dadas as censuras lançadas por alguns setores católicos mais conservadores perante as opções estéticas ali expostas. Porém, o bispo de Lisboa saiu em defesa desta «igreja moderna e bela».