A igreja já se encontrava em construção em 1640. No entanto, não ficou logo com a sumptuosidade que hoje tem, tendo recebido diversos melhoramentos.

As figuras que se encontram na fachada são de 1889 e representam a Caridade e a Fé. O pavimento da igreja era em ladrilho mas, em 1884, foi sobre este colocado soalho. Também nesse ano, foi executado o coro para substituição de um outro, de reduzidas dimensões. A porta da igreja é de 1886.

A nova sacristia, a residência do sacristão e o andar nobre para secretaria foram iniciados em Abril de 1877 e concluiram-se as obras no final desse ano. Apesar disso, diz o Santuário Mariano, do séc. XVIII, acerca desta capela: "(...) ricamente ornada e o tecto e paredes revestidas de excelentes pinturas da vida de N. Senhor Jesus Cristo, de N. Senhora e de vários passos da Escritura e tudo com tanta grandeza e perfeição, que na Corte se não poderia assistir ao serviço da Senhora, nem com mais asseio, despesa e fervorosa devoção do que se vê nesta ermida e em todo o Reino do Algarve não há outra que a iguale.". As pinturas da abóbada encontram-se atribuídas ao artista João Pedro da Cruz Leiria, tendo sido executadas no séc. XIX, e os quadros bíblicos, de fraca execução, são de qualquer pintor anónimo do séc. XVII, que conhecia Rafael mas, que não o soube copiar. No entanto, o conjunto impõe-se. Além de azulejos do séc. XVIII, apresenta outros, bastante curiosos. Encostado à parede posterior encontra-se o "humilladero" setecentista do Senhor Jesus dos Aflitos. Apresenta, ainda, com interesse, um retábulo na capela-mor e a talha do arco triunfal, ao gosto barroco.

Anteriormente à construção de casas em redor desta igreja podia ver-se, do mar, a luz da lamparina que ali ardia todas as noites, puxada ao alto por uma corda do interior da janela de reixa ali existente. Daí os pescadores pediam o auxílio que, no regresso, vinham agradecer. Defronte do "humilladero" existiu um cruzeiro, do qual já só existia a pedra no ano em que o "Remexido" foi executado no Campo da Trindade. Segundo se conta, sobre ela saltou o célebre guerrilheiro, numa tentativa de fuga, impedida pelo comandante do pelotão que, de espada em riste, o fêz voltar para o meio da escolta.

ROSA, José António Pinheiro e, Monumentos e Edifícios Notáveis do Concelho de Faro, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1984.