Património Material
Igreja de Nossa Senhora do Livramento
O nome desta igreja está ligado a uma imagem de Nossa Senhora que se guardava na Quinta das Lapas e que, segundo a tradição terá sido a causa do desaparecimento da peste que grassava na região, passando, então, a ser alvo de grande devoção. Começou a ser efectuada uma procissão que levava a imagem de Nossa Senhora para a igreja paroquial da Azueira; nasceu assim, a ideia de construir uma ermida que albergasse e honrasse a imagem. Foi diligenciado um peditório, tendo em 1655, com a colaboração da população local e do padre Mateus Ribeiro, sido iniciada a sua construção. Após a finalização dos trabalhos, a imagem foi transportada em procissão, da Igreja de S. Pedro de Grilhões para o novo templo.
O terramoto de 1755 destruiu a Igreja de Nossa Senhora do Livramento, sendo a sua reedificação iniciada em 1786. A fachada, de traça barroca, encontra-se flanqueada por duas torres sineiras que podem ainda ser da época seiscentista.
No interior, destacam-se as pinturas a fresco, o retábulo com colunas compósitas, de fuste canelado a azul e ouro, e azulejaria policroma com motivos vegetalistas, que se encontram na capela-mor. Outro motivo de interesse é a imagem da padroeira, localizada no trono e ladeada pelas imagens de Santo António e S. João Baptista, setecentistas. A igreja possui bons altares laterais, também com imaginária e, ainda, algumas tábuas dos finais de quinhentos.
Era costume a vinda de dois círios a este templo (o de Mafra e o de Fernandinho, no Concelho de Torres Vedras); actualmente apenas se realiza o da Murteira, no dia 15 de Agosto.
COSTA, Padre Américo da, História Encantadora de Nossa Senhora do Livramento, Livramento, 1973.
MIRANDA, Eduardo de Távora de Vasconcelos, "Aspectos histórico-genealógicos da freguesia da Azueira" in Boletim da Comissão de Arte e Arqueologia, n.6, (Jun. 1944).
VILAR, Maria do Carmo, "Património Artístico da Azueira" in Boletim Cultural '93, Mafra, Câmara Municipal de Mafra, 1994.