"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Igreja de Nossa Senhora do Espinheiro

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Igreja de Nossa Senhora do Espinheiro
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
16-06-1910, DG 136 de 23-06-1910
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Gótico, Manuelino, Renascença, Barroco
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Pintura
Descrição

Igreja fundada no séc. XV, sofreu sucessivas reformas. O acesso é feito através dum grande pátio abobadado com galeria exterior, apresentando um portal em estilo renascença.
É de ampla nave única, com planta em cruz latina, sendo os alçados revestidos por silhares de azulejos historiados. Do estilo gótico apenas subsistem as absidíolas do transepto.
A capela-mor foi reconstruída no séc. XVII para jazigo dos condes de Basto que estão em sumptuosos mausoléus de mármore, encontrando-se a capela revestida por painéis de azulejos com cenas da vida de S. Jerónimo e da Virgem, atribuídos a Gabriel del Barco.
A capela do Senhor Morto, tumular do cónego doutoral André de Sande, apresenta um altar de mármores embrechados e está enriquecida por um retábulo tipo florentino de mosaicos embutidos e revestida por painéis de azulejos monocromáticos figurativos de inspiração holandesa (1710).
O coro alto tem balaustrada de mármore. O claustro, quinhentista, é composto por dois pisos onde se destacam, no superior, as colunas de mármore góticas e o inferior os pilares de granito. A cobertura é em abóbada artesoada, decorada com esferas, cruzes de Cristo e escudos manuelinos.
O Convento de Nossa Senhora do Espinheiro, da Ordem de S. Jerónimo, foi mandado construir pelo bispo D. Vasco Perdigão que a consagrou em 1458. Mais tarde recebeu o favor de D. Afonso V que nela instalou uma "pousada real" para viligiatura onde seu filho, D. João II, celebrou as cortes nacionais de 1481, e o encontro dos nubentes D. Afonso e D. Isabel, herdeiros das coroas de Portugal e Castela em 1490.
Frei Carlos, o místico pintor de origem flamenga, considerado um dos maiores artistas da sua época, professou nesta comunidade em 1517 e nela executou algumas das suas melhores obras, pertencentes à Escola Primitiva Portuguesa.
Foi igualmente panteão da nobreza durante os reinados de D. Manuel e D. João III entre os quais se encontram navegadores, diplomatas e escritores.
Em 1663, serviu de quartel-general do príncipe D. Juan de Áustria, conquistador da cidade durante a Guerra da Restauração.
O edifício, apesar de ter sido objecto de diversas reconstruções, conserva elementos arquitectónicos e decorativos góticos, manuelinos, renascenças e barrocos, bem visíveis no austero claustro de cantaria edificado em 1520 pelos mestres João Alvares e Álvaro Anes, na quinhentista adega monumental com três naves, na antiga sala capitular com o emblema do "Príncipe Perfeito" e na igreja.

Morada
E.N. 802, de Évora para Estremoz, a cerca de 3 km ao N de Évora
7000
ÉVORA
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ALMEIDA, José António Ferreira de (orientação e coordenação), Tesouros Artísticos de Portugal, Selecções do Reader's Digest, Lisboa, 1982.

ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.

Data de atualização
22/01/2007
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