Também conhecida por igreja da Colegiada, supõe-se que o primitivo templo foi fundado, no séc. XI, pela condessa Mumadona. Daquele período não restam vestígios; o edifício pré-românico sofreu, ao longo dos tempos, acréscimos e alterações.

O claustro românico, do séc. XIII, denota influências moçárabes, visíveis nos arcos em ferradura que dão acesso à Sala do Capítulo; funciona ali, actualmente, o Museu Alberto Sampaio.

D. João I reedificou o monumento, no séc. XIV, no cumprimento de voto feito a Nossa Senhora da Oliveira, pela vitória da Batalha de Aljubarrota. Data desse período o pórtico, com três arquivoltas assentes em seis colunelos e sobrepujado por elegante janelão, ambos de traça gótica. As obras foram dirigidas pelo arquitecto Mestre João Garcia de Toledo.

Datada de 1513, a volumosa torre tem três pisos, o último dos quais rasgado pelas sineiras, e é coroada de merlões; de feição manuelina, é o resultado da remodelação da torre gótica de D. João I. Na parede rasga-se uma janela gradeada e sob cobertura, ao gosto gótico, estão duas estátuas jacentes.

O interior, de estrutura manuelina, é de três naves de três tramos, suportados por pilares. A capela-mor, ampliada em finais do séc. XVIII, mostra um retábulo daquele período; nas paredes estão dois grandes painéis pintados, representando S. Dâmaso e S. Torcato, da autoria de Pedro Alexandrino.

Destaque-se ainda o cadeiral da antiga colegiada, do séc. XVII, com espaldares neo-clássicos. A capela do Santíssimo Sacramento possui um altar de prata, peça indo-europeia; o frontal é igualmente lavrado naquele metal. O interior da igreja foi muito modificado no séc. XIX sob a direcção do pintor Roquemont.

GIL, Júlio e CALVET, Nuno, As mais belas igrejas de Portugal, vol. I, Verbo, Lisboa, 1988.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.

OLIVEIRA, Manuel Alves de, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lisboa, Círculo de Leitores, 1990.