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Património Material

Igreja de Nossa Senhora da Boa Fé

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
1/86, DR 2 de 03-01-1986
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Manuelino, Maneirista
Áreas Artísticas
Alfaias Religiosas, Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Ourivesaria, Paramentaria, Trabalho do Ferro
Descrição

Esta igreja terá sido fundada por cumprimento dum voto que preservou a cidade de Évora da peste que surgiu no reinado de D. Fernando, tendo sido mandada edificar pelos comerciantes. A imagem é tida como milagrosa e ainda hoje é objecto de devoção dos fiéis que lhe prestam homenagem com suas orações e ofertas de objectos simbólicos, depositados nos anexos do santuário.
O orago primitivo era dedicado a Nossa Senhora da Natividade ou das Nascenças, mas existe um registo num cálice antigo que a intitula de Benes-Fide, tendo passado a chamar-se Boa Fé, nome por que é conhecida a freguesia - Nossa Senhora da Boa Fé.
Trata-se de um templo bastante equilibrado, reformado na transição do séc. XVII para o séc. XVIII, o qual conserva um belo portal quinhentista, em estilo manuelino, com arco de três arquivoltas.
A igreja é de nave única, com azulejos policromos na testeira da capela-mor, do séc. XVII. As paredes encontram-se revestidas por azulejos do séc. XVIII, azuis e brancos, com diversas figuras, atribuíveis à família Bernardes, de Lisboa. Esses azulejos representam, sem uma ordem rigorosa, cenas marianas e evangélicas: o Nascimento de Maria, os Esponsais de Nossa Senhora, a Anunciação, o Nascimento de Jesus, a Circuncisão, a Morte de Nossa Senhora (o Trânsito de Maria), a Matança dos Santos Inocentes, a Coroação de Maria, a Adoração dos Magos, a Fuga para o Egipto, a Apresentação de Jesus, o Encontro entre os Doutores, a Descida do Espírito Santo, a Assunção de Maria ao Céu e Maria no Templo.
Nas paredes do arco que liga a capela-mor ao corpo da igreja encontram-se representados, de alto a baixo, os quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João.
Os altares laterais são dedicados a Nossa Senhora do Rosário e a Cristo Morto, encontrando-se protegidos por grades de ferro forjado.
A grade do Baptistério é trabalhada em desenho barroco.
A casa da capelania apresenta a data de 1796.
O púlpito, em estilo maneirista, do final do séc. XVIII, encontra-se bem enquadrado no conjunto arquitectónico.
O culto nesta igreja foi bastante expressivo no séc. XVIII, existindo um grande número de paramentos litúrgicos e objectos sacros, entre os quais se destaca uma interessante cruz processional em prata, lavrada e marchetada, que se encaixa num pórtico central assente em base de cabeça de querubins, tendo no nicho a Virgem com o Menino e o ceptro, com a seguinte frase gravada: ESTA CRVS / HE DE N.Sª. / DA BOA FEE / TERMO DA / SIDADE DE / ÉVORA.
A imagem da Virgem com o Menino mede 1 m de altura, é policromada e estofada, apresentando uma expressão cheia de ternura. Curiosamente, o Menino tem uma romã na mão e a execução é anterior a 1550.
A opulência dos lampadários, a riqueza dos paramentos e a quantidade de objectos de prata e outros metais, ofertas e ex-votos dos fiéis, são provas de ter sido no passado um grande centro de peregrinação.

Morada
E.N. 114, Évora - Montemor-o-Novo, Nossa Senhora da Boa Fé
7000
ÉVORA
Bibliografia
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.

SANTOS, António Salvador dos, Principais Santuários Marianos da Arquidiocese de Évora, Évora, 1992.

Data de atualização
07/12/2006
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