Património Material
Igreja da Memória
A igreja da Memória constitui um dos monumentos mais representativos da arquitectura neoclássica em Portugale o seu nome evoca o atentado a D. José em 1759. Mandada construir em 1760, sob o risco de Giovanni Carlo Sicinio Bibiena, veio a ser concluída por Mateus Vicente de Oliveira.
O templo, dedicado a Nossa Senhora do Livramento e a S. José, apresenta os alçados desenvolvidos em vários planos, destacando-se o imponente zimbório central, de características semelhantes ao da Basílica da Estrela. Com evidente influência italiana, a igreja possui planta centralizada, com o corpo central, da fachada principal oeste, definido por duas pilastras, com dois andares divididos por uma cornija saliente articulada com métopas. Nesta fachada inscreve-se, no piso térreo, uma porta em verga recta sobrepujada por frontão triangular, e no primeiro piso, um janelão rectangular, coroado por frontão curvo. O conjunto desta frontaria é encimado por frontão triangular e rematado por uma cruz. Os panos são dinamizados por vãos largos, que se repetem no tambor da cúpula, que conferem ao interior uma luminosidade natural. No espaço interior, pode-se observar a tela de Pedro Alexandrino de Carvalho, inscrita no altar-mor, representando o atentado contra o rei. A decoração é bastante simples, salientando-se a dos arcos torais com rosetas inscritas em molduras quadradas e os mármores lavrados. É neste espaço sagrado que se guardam os restos mortais do Marquês de Pombal, tranferidos para o local em 1923.
FERREIRA, Fátima Cordeiro G.; CARVALHO, José Silva; PONTE, Teresa Nunes da (coord.), Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, Associação dos Arquitectos Portugueses, 1987.
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