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Património Material

Igreja da Graça

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
Decreto de 16-06-1910; Z.E.P., D.G., 2ª Série, nº 249 de 21-10-1952.
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Renascença, Maneirista
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Escultura
Uso atual
No convento encontra-se instalada a messe de oficiais da Região Militar do Sul (após restauro)
Descrição

Pertence ao Convento de Nossa Senhora da Graça, da ordem eremita de Santo Agostinho. Edifício bastante antigo e que adquiriu a sua grandiosidade arquitectónica com D. João III e os condes de Vimioso, D. Francisco de Portugal e D. Joana de Vilhena, no início da década de 1530, quando a sua corte estagiava na cidade. Em 1541, autorizados pela Santa Sé e pelo rei, os monges Gracianos doaram aos padroeiros a capela-mor para jazigo de família; os mausoléus foram cinzelados pelo escultor Nicolau Chanterenne, que igualmente lavrou as janelas perspectivadas em 1537, os frisos de belos medalhões clássicos e possivelmente os atlantes simbólicos do pórtico em granito regional, infelizmente danificados pelo tempo.
D. João III terá encarregado o arquitecto régio Miguel de Arruda, na altura em Évora, de projectar e dirigir a obra. No entanto, existe a hipótese de o autor ter sido Diogo de Torralva.
A arquitectura apresenta influências do renascimento italiano, embora já com elementos maneiristas e pré-barrocos.
Durante a Guerra da Restauração a artilharia espanhola mutilou bastante o convento e a igreja, além de terem obrigado os monges a alojar um grande número de soldados espanhóis, os quais pilharam obras de grande valor.
Em 1663, começaram os trabalhos de recuperação dos danos causados pela guerra mas, o restauro efectuado em certos locais ficou imperfeito e em 1689 os técnicos verificaram ser necessário reconstruir totalmente a abóbada, entre outras zonas.
No início do séc. XVIII, foi necessário efectuar obras no claustro em ruínas.
Em 1834, ano da extinção das ordens religiosas, os monges foram obrigados a sair, tendo-se instalado no convento uma escola primária. Em 1884, esta escola fechou e, pouco tempo depois, a cobertura desmoronou-se.
Algumas peças foram transferidas para o Museu Regional, outras igrejas e casas militares.
Mais tarde, os Monumentos Nacionais iniciaram obras de recuperação neste edifício. No convento, contrafortado, com varandas e urnas clássicas, de aspecto austero e com alto campanário, salienta-se: o claustro, construído cerca de 1542, composto por dois pisos e com colunata granítica, de ordem toscana, considerado um puro exemplar da Renascença e atribuído ao arquitecto Miguel de Arruda; o primitivo refeitório quinhentista, com abóbada de nervagem delicada; escadarias revestidas por alizares de azulejos monocromos, com arabescos a azul e branco, do final do séc. XVII.
A igreja é considerada o primeiro exemplo da Renascença ensaiado na Província, com inspiração no protótipo romano, paladino ou bramantino, possivelmente de autoria dos arquitectos Miguel de Arruda e Diogo de Torralva.
Salienta-se a sua fachada bastante original, em granito trabalhado, com maciças colunas dóricas, pilastras nos ângulos e duplo frontão. Encontra-se engalanado por panóplias, discos, rosetões, flamejantes, anjos e pelas célebres quatro invulgares figuras em granito, em globos de fogo, que a lenda afirma representarem os primeiros mártires da Inquisição queimados em Évora em 1543.
O presbitério foi bastante transformado em 1621, iniciativa dos 4ºs condes de Vimioso, D. Luís de Portugal e D. Joana de Castro e Mendonça, após o capítulo provincial da Ordem, celebrado em Maio de 1608 e presidido pelo vigário fr. António de Santa Maria, que atribuiu o padroado da casa de Évora aos descendentes dos mesmos fidalgos, como prova de gratidão pelos altos benefícios, mercês e esmolas concedidos na sustentação da comunidade. Nessa empreitada intervieram o feitor Vicente Moniz e o mestre pedreiro eborense Luís Gomes, o qual se comprometeu a guarnecer toda a capela-mor.
A abóbada da igreja ruiu em 1884 e, quando profanada, foi despojada do recheio sumptuário (altares, imagens, sinos). Os painéis de azulejos historiados da nave, que representavam cenas da Vida de Santo Agostinho e datados de 1748, foram completamente destruídos.
A classificação é referente à fachada.

Desde o final do séc. XIII que a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho se expandiu pelo nosso país. O seu ponto fulcral era o Convento de Nossa Senhora da Graça, em Lisboa, prestigiada cabeça da Ordem, a qual deu aos seus religiosos o nome de Gracianos.
Estes chegaram mais tarde, no início do séc. XVI, a Évora.

Intervenções e Restauros
A igreja foi recentemente restaurada pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Programas e Projetos
Integrado em área inscrita na Lista da UNESCO
Morada
Largo da Graça, Sé e São Pedro
7000
ÉVORA
Bibliografia
ALVES, Afonso Manuel, Évora a Cal e a Pedra, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1990.

ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.

Data de atualização
29/11/2006
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