Igreja do séc. XVII, situada nas margens do Rio Seco, foi um Curado muito antigo do património da Ordem de Santiago e pensa-se ter sido dependente do mosteiro que os Freires Espatários possuíram nos primórdios da fundação da nacionalidade, facto já mencionado documentalmente em 1186. Da época quinhentista apenas subsiste a ábside, com planta rectangular e varandim protegido nos ângulos por torrinhas de forma cilíndrica e coruchéus, um tipo de arquitectura de transição Manuelino-Renascença, embora com características populares. Desta altura é, também, uma fresta estreita. A fachada foi muito alterada e apresenta uma galilé, com três arcos de aberturas irregulares, em alvenaria de caio, sendo encimada por um simples frontão triangular. Possui, do lado sul, uma poderosa torre quadrada, ladeada nos acrotérios por urnas e cúpula bolbosa, uma obra pós-terramoto de 1755. No final da década de 60 deste século, o interior desta igreja sofreu profundas transformações, tendo-lhe sido modificada a decoração e sacrificado, desnecessariamente, os altares laterais, ambos metidos em discretas edículas junto do presbitério, além de ter sido eliminada a capela baptismal, aberta, segundo a liturgia, do lado do Evangelho.