O seu titular antigo era Santa Maria, hoje individualizada em Nossa Senhora da Expectação.

Trata-se de uma bela e imponente igreja, composta por duas naves; a parte principal, o corpo, é possivelmente do séc. XVII e a frontaria é do século passado, assim como a torre. Este edifício sofreu diversas remodelações ao longo dos séculos, especialmente no séc. XVIII, tendo sofrido parcialmente com o terramoto de 1755.

Existe um pequeno óculo no alto da frontaria, no qual aproveitaram um preenchimento vazado e antigo, de cinco círculos a envolverem um central, em cujo traçado foi interpretado popularmente um desenho gótico flamejante, já de fase avançada.

O mais característico e individualizante desta igreja é a nave, com uma única colateral, do lado esquerdo, separada por arcos sobre colunas. São cinco os arcos, baixos e semicirculares, de arestas cujo chanfro é moldurado do lado da igreja e direito ao oposto, apoiando-se em quatro colunas isoladas e em mais duas meias postas nos extremos; são de ordem toscana, traçadas com regularidade pouco usual nos meios rurais. O conjunto tem duas janelas e uma porta de cada lado, irregularmente distribuídas. As janelas são rectangulares e de esbarro. No interior encontra-se, igualmente, uma valiosa pia baptismal e quatro altares.

A capela-mor é do final do séc. XVIII e tem duas amplas janelas de verga curva; um letreiro no topo externo apresenta uma gravação em granito: "Terceira vez reformada 1785 A".

O seu tecto é repartido em caixotões e é já deste século.
Muito recentes são os tectos da nave central e da lateral, os quais imitam o anterior, mas de boa madeira exótica.

O arco-cruzeiro não tem impostas e as arestas são chanfradas, podendo remontar ao séc. XVI (anterior à nave).

O altar-mor deverá datar do final do séc. XVII, tendo a sua composição sido alterada; é de tipo plano, com duas pequenas colunas de cada lado, torsas, com pâmpanos, suportando dois arcos envolventes. O da única nave lateral já é do final do séc. XVIII, com quatro colunas envolvidas por ramos de louro.

O púlpito, com bacia de pedra, sobre cachorro e com escadas também em pedra, é da mesma época da nave, embora o anteparo seja moderno e em madeira.

Nas últimas reformas gerais revestiram a fachada e deram ao interior lambrins de azulejos de série, assim como mobiliário de madeira de boa qualidade.

Lápide tumular em mármore, possivelmente do séc. I d.C., que se encontra na parede exterior da capela-mor.
Custódia em prata dourada, com uma composição geral de tipo gótico mas, com ornato renascença, talvez dos anos 40 do séc. XVI. Compõe-se de dois pilaretes góticos compostos, a ladearem o hostiário circular e rebordado de motivos salientes renascentistas, postos sobre plataforma alongada, esta com os mesmos temas e da qual caem campainhas. Da parte superior dos pilaretes partem ramos ondulados que se unem ao dossel de remate em forma gótica; a base é recortada de seis lóbulos, cada um com uma figura; nos espaços livres encontra-se decoração renascentista, com querubins pendurados. O nó é em urna antiga e tem ornato renascentista.
As figuras dos lóbulos são: o escudete das chagas, sobreposto de um cálice, ladeado de cordões que, possivelmente, significam flagelos - S. Tomé com a lança, S. Matias com machado, Senhora com o Menino posto de forma horizontal nos braços, talvez a da Apresentação, S. Pedro e S. João Evangelista.