Património Material
Igreja Matriz de Santa Bárbara de Nexe
A antiga ermida medieval foi muito alterada nos finais do séc. XV, quando passou a ser sede de freguesia. A igreja foi construída no final do séc. XVIII, por D. Francisco Gomes de Avelar.
O arco ogival que a separa do cruzeiro é profusamente lavrado com ornamentação vegetal e zoomórfica, em estilo manuelino e sobrepujado por uma composição cerâmica historiada em azulejos do séc. XVII. Esta composição representa Santa Bárbara (padroeira) e dois anjos a coroá-la, encontrando-se emoldurada por azulejos com motivos de laçaria e rosas.
As paredes das naves são revestidas, até ao baptistério, por azulejos do séc. XVII, do tipo albarrada (também no baptistério, mas do séc. XVIII), culminando numa imagem da Virgem coroada por dois anjos.
Esta igreja tem um belo púlpito de mármore polido, assim como uma valiosa Capela do Calvário com estatuária de boa qualidade. As talhas dos altares são do séc. XVIII, excepto no altar de Santo Amaro, do séc. XVII.
Relativamente à imaginária, salienta-se uma escultura do orago, Santa Bárbara, do séc. XVII. A sacristia está revestida de azulejos do séc. XVII e contém duas pinturas sobre tábua que fazem parte de um retábulo, possivelmente do séc. XVI, representando S. Luís e S. Brás.
O recheio desta igreja é bastante valioso: ricas alfaias dos séculos XIV a XVIII - um pálio branco do séc. XIX, dois pluviais, de 1693 e de 1706, e duas dalmáticas do séc. XVII; belas peças de ourivesaria - relicário de Santa Bárbara (gótico), dos sécs. XIV ou XV, uma custódia de prata branca do séc. XVIII, uma cruz processional e um turíbulo e naveta do séc. XVII; paramentos. Do alto da torre desta igreja obtém-se um bom panorama.
TAVARES, M. e MIRANDA, C., Guia Turístico, Cultural e Artístico de Portugal, Lisboa, 2ª edição, 1989.