O titular desta igreja é S. Salvador; encontra-se isolada numa pequena plataforma, tem pequenas dimensões e sofreu diversas ampliações e remodelações. A nave remonta ao séc. XV e a frontaria com a torre, assim como uma pequena parte da nave, são de meados do séc. XVIII. Sobre a porta da sacristia encontra-se uma pedra com a data de 1734; a capela-mor é pequena e incaracterística, embora o cordão da cimalha seja semelhante ao da nave e restarem as impostas em granito do arco-cruzeiro. A parte mais interessante desta igreja encontra-se nas paredes da nave; os dois muros são rematados com modilhões simples, tendo silharia regular até um pouco abaixo da primeira janela do lado direito, local marcado com a única mísula ornado, sítio donde continua a parede até à frente em simples alvenaria. As cornijas dos sub-beirais são simples, com uma faixa chanfrada e suportada por cachorros sem adornos, de tipo corrente mas irregulares. Conservam-se as duas portas travessas (a do lado direito continua a funcionar). No vértice do arco-cruzeiro ergue-se uma cruz em forma de flor-de-lis, semelhante à do cruzeiro do adro. Juntando os traços medievais à arquitectura regional pode supôr-se remontar a igreja ao séc. XV. A capela-mor é envolvida por uma faixa de sub-beiral, um simples cordão direito e chanfrado na linha inferior, passando horizontalmente na parte posterior; a fronteira deve datar de meados do séc. XVIII. A janela do coro apresenta um trabalho cuidado, imitando uma sanefa na verga e a pedra do peitoril com um largo rótulo sobrecarregado de dois delfins contrapostos, sendo ladeados os montantes por aletas complexas e irregulares; a torre é baixa e rematada em pirâmide. No interior da igreja, muito simples, encontra-se a pedra do púlpito apoiada em larga mísula decorada de quedas de acantos, ao gosto da frontaria. O parapeito do púlpito é em madeira entalhada e dourada, tendo os panos decorados com rótulos assimétricos, do tipo concheado. Existem diversas sanefas da segunda metade do séc. XVIII, tanto no púlpito como nas janelas, completadas por uma decoração a envolver as aberturas, como a moldura de um quadro, situação fora do comum. Os retábulos são de épocas sucessivas da segunda metade do séc. XVIII. Das esculturas destaca-se uma "Virgem com o Menino" (do Rosário), em madeira policromada, da segunda metade do séc. XVIII. O tecto da nave é em caixotões, com rótulos policromos, com dois motivos que alternam, da segunda metade do séc. XVIII. Na parte exterior da igreja encontram-se pequenas cruzes gravadas, com as extremidades em forma de trevo, do séc. XVIII, provavelmente ligadas às cruzes dos Passos.