"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Fábrica de Pólvora de Barcarena

Distrito: Lisboa
Concelho: Oeiras

Tipo de Património
Património Material
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Militar - Equipamento
Valor patrimonial
Valor Histórico
Áreas Artísticas
Arquitectura Militar
Descrição

Foi a primeira fábrica deste tipo a ser edificada em Portugal, a sua fundação remonta ao período de quinhentos, durante o reinado de D. Manuel I, sendo na altura a construção designada por "Ferrarias d'el-rei", pois que, de início, tinha por objectivo o fabrico de armas. Passado algum tempo acumulou também a função de fabrico de pólvora.

A localização da fábrica na bacia hidrográfica de Barcarena, visava o aproveitamento das captações de água (subterrânea no estabelecimento fabril), e que estava associada à produção de pólvora negra. Sabe-se através de uma escritura datada de 1589, que a construção do primeiro moinho de pólvora, foi realizada numa propriedade que pertencia a um indivíduo de nome João Dorido, que pela cedência do terreno, para o efeito, recebia da Fazenda quatro moios de trigo por ano. O edifício actual já não possui vestígios dessa época.

Além da fábrica real, existiam na zona diversos núcleos particulares para o fabrico desse produto e, muito embora por diversas vezes deflagrassem explosões, no entanto por escassez da pólvora, mantinham-se em funcionamento; estas unidades só seriam fechadas com o avolumar contínuo dos desastres.

Até 1679, o Estado recebia uma renda pela exploração da fábrica, sendo arrendatário o engenheiro Afonso Mateus, depois o alvará passaria para o irmão deste - Major Manuel Mateus. A partir de 1679, aquela renda será suportada por Carlos de Sousa Azevedo, que em 1691, por falta de um dos produtos constituintes do explosivo, mais exactamente o salitre, se viu na necessidade de anular o seu contrato. Viria depois a renovar aquela exploração, mantendo-se a mesma na sua família até 1725, data em que por falta de pagamento foi retirado o alvará, cedido então a António Cremer. Nesta altura são efectuadas diversas obras de melhoramento no conjunto fabril. Em meados de setecentos, a nova direcção fabril passará a estar sob a responsabilidade da Junta dos Três Estados. Com avanço tecnológico e a redução da necessidade daquele explosivo e, ainda, os diversos desastres, a fábrica irá diminuindo de importância.

Intervenções e Restauros
Por volta de 1725, a fábrica foi reedificada e apetrechada com diversos melhoramentos ao nível do maquinismo.
Programas e Projetos
É intenção da Câmara Municipal de Oeiras recuperar o valioso património histórico-cultural desta fábrica. Contribuiram já nesse sentido, algumas iniciativas, como por exemplo a publicação da obra A Fábrica da Pólvora de Barcarena e os seus sistemas hidráulicos, que o Município editou, e no qual é feito o estudo acerca da produção e comércio da pólvora negra em Potugal e, principalmente, do seu desenvolvimento tecnológico e dos seus sistemas hidráulicos.
Morada
Barcarena
2745
OEIRAS
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
AZEVEDO, Carlos de; FERRÃO, Julieta; GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. II, Lisboa, Junta Distrital de Lisboa, 1963.

NOBRE, Maria da Conceição, Barcarena - um passeio pelo passado, Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras, [s.d.].

QUINTELA, António Carvalho; CARDOSO, João Luís; MASCARENHAS, José Manuel; ANDRÉ, Maria da Conceição, A Fábrica da Pólvora de Barcarena e os seus sistemas hidraulicos, Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras, 1995.

Data de atualização
16/01/2009
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