Património Material
Ermida de Nossa Senhora do Carmo
Esta ermida encontra-se bastante isolada, no sítio onde os cenobitas da Ordem do Monte Carmelo terão construído um nicho de barro, antes de 1754, altura em que abandonaram esse local.
A actual ermida foi mandada edificar pelo Arcebispo D. Miguel de Távora, em 1757, apoiada pelas esmolas em dinheiro, cereais e gados dos fiéis, agradecidos pela grande quantidade de milagres, tendo sido sagrada no ano seguinte.
Encontra-se no centro de um pátio com enorme casario para albergar os romeiros, sendo o recinto fechado por grandes portões, aglomerando várias centenas de peregrinos, tendo sido considerado um dos maiores centros de romaria do século passado.
O edifício, de reduzidas dimensões, mede cerca de 8 m e apresenta um formato octogonal, com um campanário tipo rococó. No sino, em bronze, encontra-se a data de 1777 e tem esculpida a imagem da Senhora do Carmo.
O interior da ermida é em estilo rococó, com abóbada e altar da capela-mor em talha dourada e um trono de madeira com um retábulo de madeira, no qual está representada a imagem da padroeira.
As paredes estão quase totalmente cobertas por ofertas dos fiéis (fotografias, objectos pessoais e figuras de cera), existindo cerca de 1500 ex-votos, o mais antigo de 1754, anterior à construção da ermida.
Através das dedicatórias de fiéis de Arraiolos, Sousel, Santiago Maior, Casa Branca, S. Sebastião da Giesteira, entre outras localidades, verifica-se a importância deste santuário, considerado como um dos maiores centros de romaria do país.
A festividade que começou por se realizar no segundo domingo de Setembro, com uma duração de três dias, celebra-se actualmente na festa litúrgica do dia 16 de Julho, ainda com peregrinos que ali vão em devoção.
Curiosamente, após a guerra colonial, ainda se mantém a Festa dos Soldados, a 10 de Junho. Trata-se de um numeroso grupo de militares que estiveram na guerra do Ultramar e como nenhum aí faleceu peregrinam anualmente a este santuário nessa data.
Segundo a tradição, a Senhora do Carmo de Azaruja também era evocada como casamenteira, existindo diversas poesias populares ligadas a esta faceta.